Retrospectiva 2019: Hamilton alcança seu sexto título, Newgarden, Vergne e Kyle Busch são bicampeões e a trágica morte de Hubert marca o ano das pistas

A Retrospectiva 2019 inicia a parte esportiva como sempre cheirando gasolina. O ano no mundo das pistas testemunhou o hexa de Hamilton e três pilotos alcançando o bicampeonato além de uma trágica morte de uma promessa francesa na Fórmula 2.

Fórmula 1: Hamilton chega ao hexa e fica próximo das marcas de Schumacher

Lewis Hamilton com o troféu do GP de Abu Dhabi — Foto: Divulgação

Lewis Hamilton chegou ao sexto título e se aproxima rapidamente das marcas de Michael Schumacher

A Fórmula 1 chega aos 70 anos e em 2019 Lewis Hamilton voltou a fazer história ao se sagrar hexacampeão mundial e cada vez mais caminha para destruir os recordes de Michael Schumacher que um dia eram inimagináveis de ser alcançados. Numa temporada em que foi superior Hamilton ganhou a batalha contra seu companheiro Valtteri Bottas, mas vê também Max Verstappen e Charles Leclerc como os prováveis sucesores.

A temporada começou com Bottas vencendo na Austrália, no Bahrein Leclerc conquista sua primeira pole e caminhava pra vencer quando o motor falhou abrindo caminho pra Hamilton vencer. Na milésima corrida da história Hamilton levou a melhor, no Azerbaijão Bottas vence com sobras. Na Espanha e em Mônaco duas vitórias tranquilas do inglês. No Canadá Sebastian Vettel chega em primeiro, mas é punido por direção perigosa e Hamilton leva. O alemão revoltado trocou as placas de indicação no parque fechado como protesto pela punição. No péssimo GP da França Hamilton passeou. A partir do GP da Áustria a categoria tem uma série de grandes corridas foi quando Max Verstappen levou o público ao delírio numa ultrapassagem antológica sobre Leclerc. Na Inglaterra Hamilton vencia de novo em casa, na Alemanha uma corrida debaixo de chuva e vitória de Max Verstappen. Na Hungria Hamilton arrancou uma vitória que parecia improvável superando Verstappen na base da estratégia.





Charles Leclerc venceu duas corridas pela Ferrari e Max Verstappen venceu três: os dois prometem dar trabalho ao inglês na próxima temporada

A Ferrari então deu sinais de reação e Charles Leclerc venceu duas corridas seguidas na Bélgica e em Monza na casa da Ferrari. Vettel enfim vencia uma em Singapura, mas no GP da Rússia a Mercedes voltou a vencer com Hamilton, no Japão deu Bottas. No México Hamilton vencia mais uma e dava um importante passo pra chegar ao título que veio no GP dos EUA com o segundo lugar. O GP do Brasil foi emocionante com a vitória de Max Verstappen e o segundo lugar de Pierre Gasly no seu melhor resultado. Hamilton chegou em terceiro, mas foi punido por ter causado a colisão com Alexander Albon e Carlos Sainz herdou o terceiro lugar trazendo de volta ao pódio a McLaren. Na última corrida em Abu Dhabi Hamilton passeou e venceu mais uma. Aos 34 anos Lewis Hamilton já é um dos maiores pilotos de todos os tempos e caminha pra superar o recorde de vitórias de Michael Schumacher. Apenas 7 vitórias separam os dois pilotos e 2020 pode assistir à esse recorde cair. Mas o ano de 2020 promete um novo duelo de dois pilotos que vem pra renovar a categoria se tornando potenciais ameaças ao reinado do inglês. O holandês Max Verstappen venceu três corridas com o carro da Red Bull e impulsionados pelos motores Honda já provou que é capaz de vencer Hamilton, já o monegasco Charles Leclerc vai pro seu segundo ano de Ferrari mais maduro e experiente. A equipe italiana espera um ano melhor que 2019 onde mais uma vez pecou em estratégias e no GP do Brasil os dois se estranharam. Dentre as revelações da temporada o tailandês Alexander Albon mostrou velocidade e constância. Saíram de cena os pilotos Nico Hulkenberg e Robert Kubica. O polonês voltou este ano mas a Williams virou mesmo uma equipe do fundão do grid, mesmo assim marcou um ponto.





Sérgio Sette Câmara ficou mais perto da Fórmula 1 somando pontos para a Superlicença e saída de Reginaldo Leme é uma lacuna a ser preenchida nas transmissões da TV 

O Brasil chegou ao segundo ano sem representantes mas em breve deverá ter um novo representante. O mineiro Sérgio Sette Câmara conseguiu os pontos necessários para obter a superlicença ao terminar na quarta posição no campeonato de Fórmula 2. Ele deverá seguir na F2 para 2020, mesmo com propostas da Indy pois é piloto de testes da McLaren. Pietro Fittipaldi ficou próximo de conseguir a sua superlicença e seguiu como piloto de testes da Haas. Durante o ano houve a discussão sobre a permanência ou não da corrida brasileira. O governador de São Paulo João Dória negocia com os manda chuvas da categoria a ampliação do contrato com Interlagos até 2030. O Rio de Janeiro quis entrar na conversa com o autódromo de Deodoro que sequer foi construído e ainda sonha com a realização em 2020, mas esbarra em questões jurídicas e ambientais. O ano também marcou a saída do jornalista Reginaldo Leme das transmissões da Fórmula 1 na Globo depois de 41 anos. Regi cobriu mais de 500 corridas na emissora e ele sequer comentou o GP de Abu Dhabi.

Indy: Newgarden é bi, Band não transmite mais e Penske compra categoria





Josef Newgarden ficou com o título e Simon Pagenaud ganhou a Indy 500 num ano vitorioso pra Roger Penske, o novo dono da Indy

Na Indy o ano foi dominado por Josef Newgarden. O piloto americano deu mais um título pra coleção de Roger Penske num ano em que o equilíbrio foi constante. Newgarden foi mais regular e venceu quatro corridas graças à combinação de estratégia eficiente e erros das rivais. O vice campeão foi o francês Simon Pagenaud que fez história ao ser o segundo francês a vencer depois de quase um século as 500 milhas de Indianápolis que viu Fernando Alonso fracassar feio. O espanhol na sua tentativa de participar da prova pela segunda vez acabou eliminado no Bump Day. Os brasileiros tiveram mais um ano sem brilho. Tony Kanaan e Matheus Leist fizeram o que podiam dentro das limitações da equipe Foyt, a pior do grid e Kanaan conseguiu um pódio em Gateway no melhor resultado da equipe e Leist teve um quarto lugar no GP de Indianápolis como seu melhor resultado. Os dois pilotos ainda não sabem se continuarão na categoria em tempo integral pois a Foyt está atrás de patrocinador. Tony deverá correr apenas nos ovais, mas Leist deverá correr quatro provas da temporada da IMSA. E 2019 acaba sendo o último ano de transmissão da Indy no Brasil em TV aberta pois o Grupo Bandeirantes não renovou o contrato para 2020 encerrando assim 35 anos de transmissão na TV aberta passando por quase todas as emissoras, exceção à Rede Globo tendo como seu auge na segunda metade dos anos 90 no SBT. Da mesma forma os direitos passam a ser da plataforma de streaming DAZN. A partir do ano que vem a Indy inicia uma nova era sob a administração de Roger Penske que comprou o Indianapolis Motor Speedway e os direitos comerciais e de competição da Indy.

Nascar: O bi de Buschinho e o adeus da lenda Jimmie Johnson









Jimmie Johnson sai de cena depois de sete títulos e abre caminho para novos multicampeões como Kyle Busch que chega ao seu segundo título na Monster

Na NASCAR 2019 viu a consagração de Kyle Busch que agora é multicampeão com o segundo título na Monster Cup. Foi o ano em que a equipe Joe Gibbs foi avassaladora e colocou três pilotos na grande final. Na decisão em Homestead Buschinho se aproveitou dos erros dos concorrentes e partiu pra vencer a prova e ficar com o título no ano em que chegou à marca de 200 vitórias nas três divisões da categoria. Nas outras divisões os títulos ficaram com Tyler Reddick na Xfinity e Matt Crafton na Truck Series. O ano também fica marcado pelo anúncio da aposentadoria de Jimmie Johnson. O heptacampeão da categoria decidiu que 2020 será seu último ano.

Fórmula E: O bi de Vergne





Jean Eric Vergne comemora o bicampeonato da Fórmula E e Lucas di Grassi vence duas corridas

A Fórmula E foi de novo do francês Jean Eric Vergne que se sagrou bicampeão com sua equipe Techeetah levando o troféu dos construtores. A temporada começou equilibrada e nas oito primeiras provas tivemos oito vencedores diferentes: Antônio Félix da Costa, Jerome D'Ambrosio, Sam Bird, Lucas di Grassi, Edoardo Mortara, Jean Eric Vergne, Mitch Evans e Robin Frinjs. Vergne quebrou a série vencendo a segunda corrida no ano em Mônaco onde Felipe Massa subia ao pódio, Lucas di Grassi vencia seu segundo ePrix em Berlim e em Berna Vergne vencia seu terceiro ePrix e caminhava para o título. Na rodada dupla de Nova York o francês só administrou e na corrida final a sétima posição foi suficiente para o título. Lucas di Grassi terminou o campeonato em terceiro e Felipe Massa ficou atrás de seu companheiro Mortara no seu primeiro ano na Venturi ficando em 15º. Nelsinho Piquet, o primeiro campeão da categoria foi demitido da Jaguar somando um ponto e Felipe Nasr disputou três corridas e não voltou mais. As novas regras como o modo ataque e a proibição da troca de carros quando acaba a bateria deram uma nova dinâmica às corridas que por sua vez ficam mais acirradas e os pilotos se tocavam gerando bandeiras amarelas e punições.

Copa Truck: A consagração de Beto Monteiro



Beto Monteiro foi superior e faturou sua primeira conquista na Copa Truck

No terceiro ano de competições a Copa Truck coroou o pernambucano Beto Monteiro como campeão. Pilotando um caminhão Volkswagen Beto Monteiro venceu cinco corridas na temporada e começou varrendo o circuito de Goiânia onde venceu as duas baterias sendo campeão da primeira Copa, a Copa Centro Oeste com a vitória na primeira bateria de Campo Grande. Em Londrina venceu sua quarta prova debaixo de uma torrencial chuva que caiu sobre o autódromo e em Cascavel faturou sua quinta corrida. A final em Interlagos reuniu seis pilotos: Beto Monteiro, André Marques, Paulo Salustiano, Felipe Giaffone, Roberval Andrade e Leandro Totti. Beto Monteiro largou na pole e liderou a primeira prova até a curva das Junção quando cedeu uma ordem de equipe e permitiu a ultrapasssagem de Paulo Salustiano que venceu a corrida. O segundo lugar foi o suficiente pra conquista pois André Marques ficou de fora do Top 5. Na segunda bateria o quarto lugar garantiu a conquista de um piloto que foi superior e dominou a temporada.

Stock Car: Daniel Serra é tri e iguala Chico Serra

Daniel Serra faz corrida segura, fica em segundo, leva o tri da Stock Car e iguala feito do pai

Daniel Serra chega aos mesmos títulos conquistados por Chico Serra e já é um dos maiores da história da categoria

Na temporada que comemorou 40 anos a Stock Car foi de novo dele. Daniel Serra foi tricampeão consecutivo e igualou o feito de seu pai, Chico Serra. Regular durante o ano Daniel Serra venceu uma corrida, a de abertura no Velopark e nas outras corridas do ano somou pontos necessários para chegar à última corrida em Interlagos como favorito. Thiago Camilo venceu, mas não levou o caneco. Pela quarta vez na carreira ficou com o vice mesmo tendo feito mais poles e vencido mais corridas (6 ao todo).

A dinastia Marc Marquez na Moto GP





Marc Marquez leva seu sexto título na Moto GP e estabelece uma dinastia dominante na década

Em 2019 nas duas rodas segue uma dinastia na Moto GP. O espanhol Marc Marquez conquistou o seu sexto título na categoria principal e o título veio comuma vitória sensacional na Tailândia.Somando as categorias interiores Marc Marquez soma oito títulos na motovelocidade.

Acidente trágico e piloto morre na F2







Anthoine Hubert perdeu a vida num dos mais horríveis acidentes dos últimos tempos na perigosa pista de Spa Francorchamps

O ano de 2019 foi marcado por acidentes e uma tristeza. No dia 31 de agosto o francês Anthoine Hubert morreu em um acidente grave durante a etapa da Bélgica da Fórmula 2. Foi na segunda volta da corrida e Hubert perdeu o controle do carro na saída da Radillon e bateu nos pneus, ao voltar pra pista sofreu o impacto em T, o mais temido pelos pilotos sendo atingido pelo carro de Juan Manuel Correa. Levado ao hospital ele não resistiu. Anthoine Hubert tinha 22 anos e era apontado como uma grande promessa do automobilismo francês.

A retrospectiva prossegue neste domingo com o ano esportivo.

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