A Bela do Domingo: Flávia Alvarenga

Num ambiente pesado como o que estamos vivendo no Brasil de hoje está bem difícil conviver com ideias e opiniões distintas sobre política e às vezes chega no viés de fato a uso exagerado da violência, foi o que ocorreu hoje no programa Pânico da rádio Jovem Pan. Dois jornalistas, cada um de posições diferentes foram convidados: de um lado Glenn Greenwald, o jornalista americano fundador do site The Intercept e do outro Augusto Nunes, atualmente colunista na RecordTV e da rádio Jovem Pan. Os dois começaram a discutir quando Greenwald chamou Nunes de covarde por envolver os filhos dele na conversa e ele então partiu pra agressão em cima de Glenn Grenwald dizendo que mostraria pra ele quem era covarde. Augusto Nunes então desferiu um tapa no rosto de Greenwald e para separá-los dois seguranças tiveram de conter os ânimos. O apresentador Emilio Surita teve de interromper o programa, depois Greenwald voltou ao programa. O ato causou revolta e dividiu as redes sociais. A rádio Jovem Pan publicou uma nota no final da tarde de hoje lamentando o ocorrido e pediu desculpas. Sabe o que penso disso tudo aí: uma verdadeira patifaria, afinal o que vejo nas redes sociais é o ódio e a intolerância imperando no Brasil. O "gado" como é chamado o pessoal que defende Bolsonaro e os radicais da direita que são acusados de espalharem fake news e do outro lado aqueles que defendem ideias esquerdistas e no meio disso tudo está a imprensa, tudo junto e misturado. Não é de hoje que o país vive sim uma convulsão ideológica e política que vem levando aos poucos esse país pra um rumo incerto. A rádio Jovem Pan que eu admirava um dia pela sua postura independente e correta simplesmente virou uma outra rádio a partir de 2013 quando começou a bater no PT e segue batendo no governo Bolsonaro e não é à toa que a população está se voltando contra a imprensa. A Rede Globo vem sendo alvo de boicotes por parte de empresas como a Havan de Luciano Hang, que é amigo do presidente que nesta semana retirou a publicidade nas empresas do Grupo Globo porque segundo eles a Globo faz jornalismo ideológico. Tem também jornalistas que usam as redes sociais pra disseminarem seu ódio, como Fábio Pannunzio que recentemente deixou a TV Bandeirantes pra atacar o governo e os chamados bolsominions. Jornais como a Folha de S. Paulo, alvo preferido do presidente e a revista Veja que há muito tempo deixou de fazer jornalismo mesmo com a mudança de dono ainda faz mau jornalismo e ela vem perdendo assinantes tudo por conta de sua postura jornalística indecente, principalmente quando publicou junto do The Intercept as mensagens roubadas do celular do ministro Sérgio Moro gerando a revolta das pessoas que publicaram vídeos ou queimando ou rasgando os exemplares. Faz quase um ano que não compro nenhuma revista semanal até porque ainda estou desempregado e vejo que as semanais estão morrendo assim como os jornais impressos que não leio faz muito tempo, aliás a imprensa escrita no Brasil está em total descrédito e eu não prefiro usar minhas redes sociais pra disseminar ódio político, prefiro ficar em posição bem neutra até porque não quero fazer ataques e jamais farei. Apenas peço para que nosso país encontre sim o rumo da boa convivência entre posições políticas distintas pois isso sim é democracia.