Retrospectiva 2017: O ano em que a violência abalou o carioca

A Retrospectiva 2017 continua e hoje vamos destacar o que foi notícia no Brasil.

A carnificina dentro das prisões


Funeral de uma das vítimas do massacre de Manaus: tragédia nas prisões mostra a falência do sistema carcerário brasileiro

O ano mal havia começado e no primeiro dia o país fica chocado com o massacre na Penitenciária Anísio Jobim em Manaus. 56 presos morreram e da pior forma, sendo decapitados ou mutilados. O tumulto foi entre duas quadrilhas rivais das facções criminosas Família do Norte e Primeiro Comando da Capital (PCC). Era o maior massacre de presos desde o massacre do Carandiru em 1992, cinco dias depois ocorria um outro massacre, desta vez na zona rural de Boa Vista em Roraima. 33 presos morreram na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo numa resposta violenta do PCC à rebelião liderada pela Família do Norte.

No dia 14 de janeiro foi a vez de um terceiro massacre, no presídio de Alcaçuz em Natal com o assassinato de 26 presos. A confusão ocorreu no Pavilhão 4 que foi invadido por presos do Pavilhão 5. O governo reagiu e através do Ministério da Justiça liberou R$ 1,8 bilhão para o sistema penitenciário.

O Espírito Santo mergulhado no caos


Cena incomum: soldados das Forças Armadas tentam conter a onda de violência no Espírito Santo

No começo de fevereiro o Espírito Santo enfrentou sua maior crise na segurança pública da história e o resultado foi uma semana de caos nas ruas da capital Vitória. A PM do estado fez paralisações relâmpago e o que se viu foi uma cidade fora de controle. Houve durante uma semana saques, confrontos e mortes por toda parte. Foi preciso que as Forças Armadas intervissem para garantir a segurança e no começo de março a situação se estabilizou. Ao todo 199 pessoas morreram.

Carnaval atravessado no Rio


Vítima de carro alegórico da Tuiuti recebe atendimento médico: triste lembrança do carnaval de 2017

O carnaval de 2017 no Rio de Janeiro foi marcado por acidentes com carros alegóricos nos dois dias de desfiles. No primeiro dia um carro da escola Paraíso do Tuiutí atropelou 20 pessoas, uma delas morreu e no segundo dia um carro da Unidos da Tijuca teve o saldo de 12 pessoas feridas. A Portela havia sido declarada campeã, mas a Mocidade recorreu e o carnaval carioca foi dividido entre as duas escolas.

Brasília sem água


Reservatórios do DF atingiram os mais baixos índices levando a população a economizar pra não faltar água

A crise hídrica fez com que a população do Distrito Federal passasse a economizar água. Os reservatórios chegaram em outubro à níveis críticos somados à falta de chuvas.O reservatório do Descoberto chegou a ter 7% e o de Santa Maria menos de 25%. As chuvas começaram a cair em dezembro melhorando um pouco a capacidade dos reservatórios.

Naufrágio duplo abala o país


Socorrista com bebê no colo: ele foi uma das vítimas do desastre com a lancha Cavalo Marinho I na Bahia

Em dois dias o Brasil assistiu à dois naufrágios de embarcações mostrando as péssimas condições que ocasionaram as tragédias. No dia 22 de agosto o barco a motor Capitão Ribeiro embarcou com 53 passageiros para sua última viagem, pois na manhã seguinte a embarcação virou e 23 pessoas morreram. No dia 24 a lancha Cavalo Marinho I com 133 pessoas afundou e 23 pessoas morreram, dentre elas um bebê de um ano que chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu.

Incêndio devasta parque no cerrado de Goiás


Incêndio deixa rastro de destruição no parque da Chapada dos Veadeiros

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi palco de um incêndio que devastou em outubro 25% da área total do parque. O incêndio começou no dia 10 de outubro e suspeita - se que foi criminoso e 20 dias depois os focos foram controlados com a chegada das chuvas.

Horror e morte na escola



A professora Heley foi heroína e impediu uma tragédia ainda maior onde 13 pessoas morreram

No dia 5 de outubro a cidade de Janaúba, no interior de Minas Gerais foi palco de uma cena de horror. O vigia Damião Soares dos Santos de 50 anos alegou que iria entregar um atestado médico, mas na verdade fez uma atrocidade. Com um litro de álcool e um fósforo ateou fogo com as crianças dentro, trancou a porta e cometeu a atrocidade. O incêndio se propagou rapidamente e o saldo da tragédia: 13 pessoas mortas, sendo 9 crianças e duas professoras, uma delas, Heley de Abreu foi uma heroína imolada, pois lutou com o assassino impedindo mais mortes sacrificando sua vida. Heley foi agraciada com a Ordem do Mérito e será homenageada com seu nome na creche que será reconstruída.

Tiros e morte em Goiás



O desespero das mães dos alunos e uma das vítimas do atentado que terminou com dois mortos em um colégio de classe média de Goiás

Na manhã do dia 20 de outubro as aulas no Colégio Goyazes terminaram de uma forma trágica. Dois alunos foram mortos à tiros por um aluno de 14 anos que alegava sofrer bullying. Ele entrou na sala com uma mochila e atirou em dois alunos: João Pedro Calembo e João Vitor Gomes. Outras quatro pessoas ficaram feridas, uma delas acabou ficando paraplégica. A tragédia não foi maior por causa da intervenção da colaboradora que conseguiu persuadir o menor até que ele travasse a arma (pistola.40) que era de uso dos pais que são policiais. Ele foi internado por 45 dias depois do crime. Menos de um mês depois ocorreu um outro caso de tiroteio em escola no estado. Rafaela Noviski foi morta por um rapaz de 19 anos porque ela não aceitou ter um relacionamento.

O pais do racismo e do assédio sexual


Atrizes da Globo se uniram e criaram a hashtag mexeu com uma mexeu com todas

Dois crimes que seguiram em 2017 foram os casos de racismo e assédio e violência contra mulheres. No crime de assédio destacam - se o caso do escândalo envolvendo o ator José Mayer, denunciado pela figurinista Susslem Tonani. Mayer foi denunciado e afastado e as mulheres lançaram um manifesto chamado Mexeu com uma,mexeu com todas. Em agosto um homem foi preso por ejacular em cima de uma mulher num ônibus na Avenida Paulista. Ele foi preso, mas dias depois voltou a cometer o mesmo crime, logo após ter sido solto. Já os casos de racismo envolveram muita gente. Em janeiro o apresentador Marcão do Povão foi acusado de racismo pela cantora Ludmilla quando ele apresentava o Balanço Geral na Record TV, ele teve o contrato rescindido. Em outro caso de racismo o jornalista William Waack foi afastado do comando do Jornal da Globo sob acusação de ter falado em um vídeo palavras racistas. A filha do casal de atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso também foi alvo de comentários racistas nas redes sociais pela internauta Day McCarthy que mora fora do país.

O risco da febre amarela


População foi aos postos para se proteger contra a febre amarela que vitimou macacos em São Paulo

Ano passado o país viveu uma epidemia de zika e em 2017 uma outra epidemia assustou o país. A onda de casos de febre amarela preocupou as autoridades de saúde em São Paulo. De janeiro até dezembro mais de 700 casos foram registrados. A onda teve início com a morte de macacos no Parque do Horto Florestal que foi fechado e a população foi aos postos de saúde para se prevenir com a vacina, mesmo sem ameaça da febre amarela urbana.

O Rio de Janeiro entregue à violência






Cenas tristes de um ano violento no Rio que teve como vítimas jovens e um bebê além de policiais culminando com a guerra em favela e a prisão do traficante Rogério 157

Se administrativamente o Rio de Janeiro anda mal das pernas, por outro lado assistiu em 2017 a explosão da violência com a guerra do tráfico e o alto número de policiais mortos. Foram até agora 129 PMs mortos ou em serviço ou sendo assassinados. Uma marca assustadora. Houve também vítimas inocentes que foram mortas como Maria Eduarda, vítima de bala perdida ou Arthur, o bebê que levou um tiro na barriga da mãe, mas não teve tempo pra sobreviver ou a turista espanhola que foi fuzilada se tornando uma vítima do tráfico. Quantas vítimas o Rio de Janeiro vai chorar daqui pra frente?

O motivo de tudo isso foi a guerra na favela da Rocinha em setembro que deixou seis mortos e 16 presos além de 2 bombas, 8 granadas, 84 carregadores e 2 fuzis apreendidos, um verdadeiro arsenal. O governo mandou as Forças Armadas às ruas e o efetivo de mais de 900 homens garantiu a segurança provisoriamente. O traficante Rogério 157, ex - braço direito do traficante Nem foi quem ordenou tudo e depois seria preso em dezembro.

A retrospectiva prossegue amanhã com os destaques internacionais.

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