Retrospectiva 2022: Ano de bicampeões nas pistas do Brasil e do mundo

Kleber Nunes
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A partir de agora a retrospectiva começa a falar de esportes e começamos acelerando em alta velocidade. 2022 foi ano de bicampeões nas principais categorias: Max Verstappen, Will Power e Joey Logano voltam a escrever seus nomes na galeria dos bicampeões em suas categorias e aqui no Brasil tivemos o cinquentão Rubens Barrichello sendo campeão de novo na Stock Car. 

 Fórmula 1: O implacável Max Verstappen é bi

Max Verstappen tem ano perfeito e conquista o bicampeonato da F1 com sobras

A Fórmula 1 viu a coroação de Max Verstappen bicampeão. O holandês é o cara da categoria e numa temporada fantástica com 15 vitórias no ano, um recorde onde acabou sobrando na turma. Além disso a Red Bull acabou com a hegemonia da Mercedes que levou os últimos oito títulos nos construtores. No começo a Ferrari se mostrou séria ameaça e Charles Leclerc venceu duas das três primeiras corridas: no Bahrein e na Austrália, mas a partir do GP da Emília Romanha Verstappen começa a dar as cartas no campeonato. Vence cinco das seis corridas seguintes ganhando em Ímola, Miami, Montmeló, Baku e Montreal. No GP de Mônaco Sergio Pérez venceu a corrida. Na Inglaterra a Ferrari ensaia uma reação e a vitória foi de Carlos Sainz. Leclerc venceria na casa da Red Bull, mas depois Mad Max iria exercer um domínio avassalador emendando mais uma sequência com vitórias na França, Hungria, Bélgica, Holanda e Itália encaminhando o título que viria numa prova confusa e caótica em Suzuka. O GP do Japão foi disputado debaixo de uma chuva torrencial e teve um trator de novo invadindo a pista e por muito pouco Pierre Gasly não teve o mesmo destino triste de Jules Bianchi. A corrida foi paralisada por mais de 2 horas e reiniciada por tempo. Max venceu a prova e ainda por cima se sagrou campeão devido à punição de 5 segundos por Leclerc passar por fora da chicane. Com o título já definido a disputa nas corridas finais foi pelo vice campeonato entre Leclerc e Sérgio Pérez. O mexicano alegou ter sido prejudicado pela equipe no GP de São Paulo pela indelicadeza de Max Verstappen e na corrida final não conseguiu dar a dobradinha da equipe. Leclerc foi o segundo e ficou com o vice campeonato. 

Aos 25 anos Max Verstappen se juntou à uma seleta galeria de pilotos que conquistaram dois títulos seguidos entre eles Alain Prost, Ayrton Senna, Michael Schumacher, Fernando Alonso e Mika Hakkinen. Com um carro potente não deu chances aos rivais e conquistou 15 vitórias, novo recorde numa só temporada e já está entre os dez maiores vencedores deixando pra trás nomes como Niki Lauda, a Ferrari ensaiou ser a adversária da Red Bull, mas cometeu uma série de erros que acabaram minando a confiança da equipe. O maior vencedor da história Lewis Hamilton pela primeira vez em 15 anos passou a temporada em branco não vencendo nenhuma prova, o que é um fato raro. A Mercedes que dominou os últimos oito anos teve um carro que se mostrou incapaz de fazer frente aos tubarões da Red Bull e só venceu uma corrida com George Russell que venceu pela primeira vez em Interlagos no GP de São Paulo. Pelo menos Hamilton ganhou ainda mais um lugar no coração dos brasileiros pois ele foi agraciado com o título de Cidadão honorário e foi vítima de racismo por parte de Nélson Piquet.

Nélson Piquet pagou com a língua por ofender Hamilton e se afundar na mediocridade ao apoiar Bolsonaro

Falando em Piquet o tricampeão mundial completou 70 anos sem muito que festejar. Polêmico como sempre provocou Lewis Hamilton com uma fala racista chamando ele de neguinho e acabou sendo banido do paddock por tempo indeterminado e sua imagem se queimou ainda mais por ter sido um dos doadores de dinheiro pra campanha do candidato derrotado Jair Bolsonaro e logo depois circulou outra fala onde pedia a morte do presidente eleito. Pra não ficar só nesse caso outros pilotos também embarcaram na onda bolsonarista como Émerson Fittipaldi que foi derrotado no senado italiano e Lucas di Grassi que foi criticado por suas postagens nas redes sociais defendendo o presidente. A Fórmula 1 viu o adeus de Sebastian Vettel, tetracampeão que se aposentou das pistas deixando imensa saudade nos fãs e nos colegas pilotos. 

Felipe Drugovich vence a Fórmula 2 e fica próximo de recolocar o Brasil no mundial de Fórmula 1

Fora da bolha bolsonarista o Brasil obteve um grande destaque com a conquista inédita de Felipe Drugovich, campeão da Fórmula 2, a categoria de acesso. O piloto paranaense fez um campeonato impecável vencendo cinco corridas e subindo nove vezes ao pódio. O seu maior rival foi o francês Theo Pourchaire e o título foi decidido na penúltima etapa em Monza. Drugovich acabou tocando em um concorrente e teve de abandonar a prova, depois torceu para que o rival terminasse do sexto lugar pra trás e sem marcar o ponto da melhor volta e foi exatamente o que aconteceu. Pourchaire terminou em 17º e Drugovich se sagrou campeão. Como prêmio ele passou a ser piloto de testes na equipe Aston Martin junto do belga Stoffel Vandoorne, campeão da Fórmula E. Outro brasileiro, Enzo Fittipaldi fará parte da Academia de Pilotos da campeã Red Bull depois de fazer uma temporada consistente na equipe Charouz.

Indy: Regularidade premia Will Power que se sagra bicampeão


Will Power venceu apenas uma corrida, o suficiente pra ser campeão e Marcus Ericsson faz história vencendo a Indy 500

Na Fórmula Indy 2022 foi o ano da volta por cima do australiano Will Power que aos 41 anos conquistou o bicampeonato da categoria com regularidade e consistência. No início do campeonato os principais favoritos eram Josef Newgarden e Scott Dixon seguidos pela garotada com o então campeão Álex Palou, Pato O'Ward e Colton Herta, mas quem começou o ano com tudo foi o neozelandês Scott McLaughlin que venceu a etapa inaugural do campeonato em St. Pete. O Big Mac iria emplacar a segunda seguida, mas Josef Newgarden o ultrapassou nos metros finais pra vencer no oval do Texas. Newgarden venceria nas ruas de Long Beach e dava sinais de que seria candidato ao título. No Alabama a vitória foi do mexicano Pato O'Ward e então veio o caótico GP de Indianápolis onde a chuva deu o tom e Colton Herta levou a prova. Na Indy 500 tudo parecia conspirar a favor de Scott Dixon, mas ele comete um erro ao exceder o limite de velocidade dos pits e a sorte mudou de lado. O sueco Marcus Ericsson herdou a liderança e segurou Pato O'Ward até o fim pra vencer a prova e se tornar o segundo piloto da Suécia a vencer a corrida, antes somente Kenny Brack em 1999 havia sido o único piloto do país a ganhar a prova. Além da vitória o Diabo Loiro assumia a liderança do campeonato e brigou pelo título até a última corrida. Nas ruas de Detroit Will Power saiu de 16º para primeiro e numa estratégia bem sucedida venceu a prova, a única no campeonato. No GP de Elkhart Lake em Road America Power se envolveu em treta com Devlin DeFrancesco e viu Newgarden levar a prova. McLaughlin voltaria a vencer em Mid-Ohio. Em Toronto Scott Dixon renascia no campeonato e venceu a prova, na rodada dupla de Iowa Newgarden venceu a primeira e iria vencer a segunda, mas teve problemas mecânicos batendo no muro e viu Pato O'Ward levar a prova. No GP 2 de Indianápolis Alexander Rossi espantou o jejum de três anos sem vencer e ganhou. No caótico GP de Nashville Scott Dixon venceu e manteve vivas as chances. O GP de St. Louis teve vitória de Newgarden que reduzia a diferença para 3 pontos. Nas duas corridas finais Power somou pontos importantes mesmo com Newgarden brilhando. Na decisão em Laguna Seca Will Power só levou o carro até o final e sem forçar barra levou o segundo título depois de 8 anos. Power somou 560 pontos e ficou 16 à frente de Newgarden que foi o vice. Nos bastidores o ano foi agitado por causa do imbróglio envolvendo Álex Palou e as equipes Ganassi e McLaren. O campeão de 2021 assinou contrato com a McLaren em julho, mas voltou atrás e depois de ameaças do dono Chip Ganassi em entrar na justiça por suposta quebra de contrato as partes se acertaram e Palou guiará o carro 10 da Ganassi na temporada do ano que vem e será piloto de testes da McLaren na Fórmula 1. O novato da temporada foi o dinamarquês Christian Lundgaard da Rahal. O brasileiro Hélio Castroneves fez uma temporada abaixo do esperado dentro das limitações do carro da Meyer Shank tendo como melhor resultado o 7º lugar na Indy 500. Tony Kanaan correu a prova pela Ganassi e foi terceiro colocado e ano que vem deverá correr pela McLaren. 

NASCAR: O bicampeonato de Joey Logano

Joey Logano leva seu segundo título na NASCAR começando e terminando o ano com vitória

Na NASCAR o ano foi de Joey Logano que chegou ao seu segundo título na divisão principal correndo para Roger Penske que teve um ano glorioso com o título de Will Power na Indy. Logano venceu quatro corridas na temporada e ainda venceu o Clash que a partir deste ano passou a ser disputado no Coliseu de Los Angeles. A temporada teve como sensação Ross Chastain da equipe Trackhouse que venceu duas corridas e fez a manobra do ano em Martinsville quando jogou seu carro no muro e passou cinco carros na parte externa da pista para se classificar pra final e ainda foi vice campeão. Chase Elliott ficou em terceiro e Christopher Bell terminou na quarta posição. Kyle Busch teve uma temporada apagada no ano de despedida da Joe Gibbs vencendo uma corrida e saindo da disputa logo na primeira zona de corte do playoff, pois no ano que vem correrá na equipe de Richard Childress. No fim do ano o heptacampeão Jimmie Johnson anuncia seu retorno a categoria como um dos donos de equipe pois firmou sociedade com a família Petty e participará esporadicamente de corridas.

F-E: Vandoorne leva título com regularidade

Stoffel Vandoorne foi regular e ficou com o título da temporada da Fórmula E

Na Fórmula E a temporada de 2022 foi a mais equilibrada da história onde quatro pilotos chegaram à rodada final com chance de faturar o troféu e no fim pesou a regularidade que levou o belga Stoffel Vandoorne levar seu primeiro título na categoria dos carros elétricos. Parecia que Jean-Eric Vergne levaria o título pois tinha como ponto forte a regularidade, mas não vencia corridas, uma delas em Mônaco era certa, mas caiu no colo de Vandoorne, vitória que foi fundamental para chegar ao título. A sensação da temporada foi Mitch Evans que teve um mau começo de campeonato, mas no fim de semana de Roma varreu a etapa ganhando os dois ePrix, venceria ainda em Jacarta e vinha pra brigar pelo título. Um outro postulante despontou na metade do campeonato, o suíço Edoardo Mortara que vencia três corridas e assumia a liderança na etapa do Marrocos. A sorte começou a mudar na primeira de três rodadas duplas em Nova York quando Vandoorne ficou preso ao engarrafamento formado numa das curvas, mas o belga virou o jogo na segunda corrida subindo ao pódio em segundo lugar. Na rodada dupla em Londres Vandoorne fez outro segundo lugar e um quarto lugar num mau dia dos rivais. Na rodada dupla final em Seul Mitch Evans vencia mais um ePrix no ano e chegava a rodada final com chance de brigar pelo título com Vandoorne, mas na corrida final seu carro não foi bem em desempenho ficando longe da briga, Vandoorne por sua vez fez uma corrida segura chegando ao título com o segundo lugar e conquistando o título na temporada de despedida da Mercedes. Os dois brasileiros que disputam o campeonato tiveram motivos distintos. Lucas di Grassi correu pela equipe Venturi, demorou para se encontrar com o carro e teve uma segunda metade de campeonato muito positiva com direito á vitória no segundo ePrix de Londres, resultado que deu a ele uma marca histórica, de piloto com maior número de vitórias na história além de chegar a 100 corridas e somar 1000 pontos e ano que vem irá correr na equipe Mahindra, já Sérgio Sette Câmara teve um ano cheio de problemas na equipe Dragon onde nas classificações obteve bons resultados, mas pecava nas corridas, mesmo assim conseguiu somar seus primeiros pontos com o nono lugar em Londres 2, mas falta a ele lidar com os problemas de gerenciamento de energia. Ele vai correr ano que vem na equipe NIO onde espera ter mais sucesso. Na parte de competição decisões bizarras da direção de prova e acidentes mais bizarros ainda levaram a categoria a ser questionada no último ano do modelo Gen2 que será substituído pelo modelo Gen3. A temporada de 2023 está na porta e começa em 14 de janeiro na Cidade do México com duas novidades: o lançamento da nova marca e um novo detentor dos direitos de transmissão no Brasil. Após dois anos na TV Cultura e no Sportv a TV Bandeirantes adquiriu os direitos de transmissão incorporando mais um produto à sua grade automobilística que tem a Fórmula 1 como seu principal produto. E no dia 25 de março o Brasil recebe pela primeira vez os carros elétricos com a realização do primeiro ePrix em São Paulo no traçado adaptado que foi usado na Fórmula Indy. 

Wellington Cirino e Rubens Barrichello são os reis na Copa Truck e Stock Car



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Wellington Cirino levou seu primeiro título na Copa Truck e Barrichello sobrevive a acidente polêmico pra se sagrar campeão na Stock Car aos 50 anos

No automobilismo nacional o ano foi marcado pelo bicampeonato de um veterano de 50 anos que ganhou o título na Stock Car. Rubens Barrichello superou as adversidades e a falta de sorte que o acompanhava em Interlagos para se sagrar campeão numa temporada marcada por polêmicas decisões vindas dos comissários de pista, o que gerou enormes reclamações dos pilotos. Na decisão não foi diferente. Um acidente envolvendo os três postulantes ao título custou caro pra Gabriel Casagrande que foi desclassificado por ter sido culpado pelo incidente que tirou Daniel Serra da briga e favoreceu Rubinho que só teve de levar o carro até o fim pra levar o troféu numa temporada que venceu três corridas e subiu sete vezes ao pódio. Na Copa Truck o campeão foi Wellington Cirino que teve de superar uma punição em Goiânia e fazer uma sensacional corrida de recuperação pra levar o primeiro título dele na categoria, já que foi tetracampeão da extinta Fórmula Truck. 

A virada sensacional de Bagnaia na Moto GP

Francesco Bagnaia supera adversidades e numa virada fantástica leva o título da MotoGP para a Ducati

Na MotoGP o campeão foi o italiano Francesco Bagnaia da Ducati que teve de superar o mau começo de ano onde errou muito e teve de remar para buscar a virada sobre Fabio Quartararo da Yamaha dando o segundo título da fabricante italiana depois de 15 anos e o primeiro título de um italiano dirigindo uma moto italiana desde Giácomo Agostini em 1972.

Nossa retrospectiva prossegue destacando a seguir o ano dos esportes em geral.

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