No segundo e último capítulo de nossa série sobre a história das eleições no Distrito Federal vamos trazer o período entre 2006 e 2018 e a tradição de não reeleger governador.
Depois da era populista de Joaquim Roriz o cenário para a eleição de 2006 viu surgir uma nova face. Depois de ter sido secretário de obras no primeiro governo eleito de Roriz José Roberto Arruda foi senador, mas se envolveu no escândalo do painel do Senado em 2001 e renunciou ao mandato, logo depois virou deputado federal e em 2006 decidiu tentar o Buriti pela segunda vez, pois havia sido derrotado em 1998 e desta vez ele contou com uma chapa puro sangue tendo como companheiro de chapa o empresário Paulo Octávio formando a coligação Amor por Brasília. Não podia dar outra e Arruda levou a eleição em primeiro turno vencendo a candidata Maria de Lourdes Abadia que era vice de Roriz e Arlete Sampaio do PT. Ainda concorreram ao Buriti em 2006 Toninho Andrade, o Toninho do PSOL, Fátima Passos do PSDC e Expedito Mendonça do PCO. Joaquim Roriz foi eleito senador, mas seu mandato foi breve pelo envolvimento no escândalo da bezerra e quem assumiu o mandato foi o primeiro suplente Gim Argello. Tadeu Filipelli foi o deputado federal mais votado com Alberto Fraga, Geraldo Magela, Augusto Carvalho, Jofran Frejat, Bispo Rodovalho, Laerte Bessa e Rodrigo Rollemberg compondo a bancada na Câmara dos deputados e Paulo Tadeu foi o distrital mais votado na bancada que teve como estreantes Cristiano Araújo, José Reguffe, Milton Barbosa, Jaqueline Roriz, Cabo Patrício, Rogério Ulysses, Charles Lima, Paulo Roriz, Aylton Gomes, Raimundo Ribeiro e José Batista.
Arruda tomou posse em janeiro de 2007 e vinha governando até estourar a operação Caixa de Pandora no final de 2009 quando Durval Barbosa acusou Arruda de realizar pagamentos à membros da base aliada e ficaram gravadas na memória cenas estarrecedoras como a oração da propina do distrital Júnior Brunelli e o flagrante do distrital Leonardo Prudente escondendo dinheiro na meia. Arruda acabaria preso em fevereiro de 2010 e Paulo Octávio assumiu o poder, mas renunciou por falta de apoio político. O presidente da Câmara Legislativa Wilson Lima assumiu o cargo e convocou eleição indireta onde o vencedor foi Rogério Rosso que assumiu o mandato tampão. Nesse cenário houve uma reorganização das forças e Joaquim Roriz tentaria seu quinto mandato e Agnelo Queiroz atraiu o PMDB tendo como companheiro de chapa Tadeu Filippelli, eterno aliado de Roriz, mas o ex-governador foi impedido de concorrer por ser enquadrado na lei da Ficha Limpa (ele nunca mais concorreu a cargo público falecendo em 2018) e quem assumiu a chapa foi a esposa Weslian Roriz que num dos debates fez uma declaração patética dizendo que iria defender toda a corrupção. Mesmo com essa gafe a ex-primeira dama foi ao segundo turno com Agnelo e ainda estiveram na disputa Toninho do PSOL, Eduardo Brandão e Rodrigo Dantas. Cristovam Buarque e Rodrigo Rollemberg foram eleitos senadores, José Reguffe foi o deputado federal mais votado com Paulo Tadeu, Magela e Érika Kokay (PT), Jaqueline Roriz (PMN), Izalci Lucas e Ronaldo Fonseca (PR) e Luiz Pitiman (PMDB) na composição da bancada federal e Chico Leite o distrital mais votado tendo como estreantes Liliane Roriz, Washington Mesquita, Raad Massouh, Evandro Garla, Agaciel Maia, Joe Valle, Dr. Michel, Olair Francisco, Israel Batista, Cláudio Abrantes, Benedito Domingos e Celina Leão.
A eleição de 2014 mostrou que Brasília não tem vocação para reeleger governador pois houve uma enorme rejeição ao governo de Agnelo Queiroz e foi essa rejeição que levou Rodrigo Rollemberg do PSB a romper com o grupo político e se tornar governador. Depois de ser deputado distrital, secretário de turismo, deputado federal e senador Rollemberg finalmente chegava ao Buriti e o que parecia ser uma eleição favorável à Arruda acabou sendo o fim da linha para ele que foi barrado pela lei da Ficha Limpa e a chapa passou a ser composta por Jofran Frejat tendo Flávia Arruda candidata a vice. Concorreram ao cargo de governador além de Rollemberg, Agnelo e Frejat Luís Pitiman e Toninho do PSOL. Para o Senado o vencedor foi José Reguffe, Alberto Fraga foi o deputado federal mais votado com Rogério Rosso, Érika Kokay, Ronaldo Fonseca, Rôney Nemer, Izalci Lucas, Augusto Carvalho e Laerte Bessa os eleitos para a Câmara. Júlio César foi o distrital mais votado e foram eleitos pela primeira vez Robério Negreiros, Delmasso, Sandra Faraj, Rafael Prudente, Liliane Roriz, Juarez Oliveira, o Juarezão, Ricardo Vale, Bispo Renato Andrade, Professor Reginaldo Veras, Ivonildo Medeiros, Telma Rufino, Luzia de Paula e Washington Luiz.
A última eleição para o GDF em 2018 foi marcada pela ascensão de um outsider. Ex-presidente da OAB o advogado Ibaneis Rocha saltou de 2% no início da campanha para arrancar uma vitória maiúscula provando mais uma vez a tradição de Brasília não reeleger governador. Mesmo tendo colocado a casa em ordem Rodrigo Rollemberg enfrentou altas taxas de rejeição e foi atropelado por Ibaneis no segundo turno. Ainda concorreram ao Buriti Antônio Guillen, Alexandre Guerra, Coronel Paulo Chagas, Eliana Pedrosa, Alberto Fraga, Fátima Sousa, Júlio Miragaya, Renan Rosa e Rogério Rosso. Para o Senado foram eleitos Leila Barros, a Leila do vôlei e Izalci Lucas. Flávia Arruda foi a deputada federal mais votada com Bia Kicis, Júlio César, Érika Kokay, professor Israel, Luís Miranda, Pauia Belmonte e Celina Leão compondo a bancada na Câmara Federal e na Câmara Legislativa houve uma renovação com dois terços (15) sendo eleitos pela primeira vez com Martins Machado o distrital mais votado com Fernando Fernandes, Júlia Lucy, José Gomes, Iolando, Eduardo Pedrosa, João Cardoso, Roosevelt Vilela, Jorge Viana, Hermeto, Fábio Félix, Valdelino Barcelos, Daniel Donizet, Reginaldo Sardinha e Leandro Grass.
E assim terminamos nossa série especial sobre a história das eleições no Distrito Federal.
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