Personagens das Copas: A fantástica seleção que ganhou o tri no México

A série Personagens das Copas prossegue e hoje vamos destacar um time que entrou pra história do futebol.



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Considerada por 10 entre 10 entendedores como a melhor de todos os tempos a seleção do Brasil que foi tricampeã na Copa de 1970 conseguiu reunir num só elenco uma constelação de craques e gênios que formaram um time que passou por cima de quem vinha pela frente. O Brasil vivia tempos difíceis devido à ditadura militar que assombrava o país, mas também do chamado milagre econômico com obras faraônicas como a Transamazônica que jamais foi concluída. Mas éramos 90 milhões em ação, refrão da marcha Pra Frente Brasil empurrando o time para uma conquista épica. Num só time estava reunido a pura arte com passes precisos, chutes poderosos e jogadas que ficaram pra sempre eternizadas. Foi a partir desta Copa do Mundo que o Brasil passou a torcer via satélite onde o Brasil estiver pela sua seleção se transformando em uma paixão que se renova a cada quatro anos. Mas bem antes de encantar o mundo a seleção foi bastante contestada, mesmo dando show nas eliminatórias com o time que ficou conhecido como As Feras do Saldanha, pois o time era treinado pelo jornalista João Saldanha só que resultados ruins e contestações além de uma suposta interferência do então presidente Médici levaram à queda de Saldanha e para o seu lugar quem assumia o comando era Mário Jorge Lobo Zagallo que pegou o time praticamente pronto. Para fazer bonito em gramados mexicanos a seleção foi a primeira a chegar ao país três semanas antes da bola rolar e os treinos foram intensos para se adaptar à altitude, tanto é que o Brasil desenvolveu nesta Copa um excelente preparo físico. A brilhante campanha começou no dia 3 de junho no estádio Jalisco de Guadalajara com uma contundente vitória sobre a Tchecoslováquia por 4 x 1, verdade que o time saiu atrás, mas veio os gols e a virada e Pelé chutou do meio de campo e a bola não quis entrar. Era apenas o primeiro de uma série de lances geniais do camisa 10, depois veio uma vitória dramática sobre os então campeões mundiais com gol marcado por Jairzinho em grande jogada de Tostão e que ficou marcado por uma antológica defesa do goleiro Gordon Banks que pegou uma cabeçada de Pelé que tinha destino certo. No terceiro jogo uma vitória tranquila sobre a Romênia. Nas quartas de final contra o Peru que era dirigido por Didi o Brasil venceu por 4 x 2 e na semifinal um encontro com o Uruguai no primeiro jogo depois da fatídica final de 50. Parecia que o filme se repetiria com o gol de Cubilla, mas ainda no primeiro tempo Clodoaldo empatou e no segundo tempo veio mais um show com gols de Jairzinho e Rivelino. Pelé protagonizou mais dois lances de gênio: rebateu um chute de Mazurkiewicz de bate pronto e no segundo deu um drible de corpo desconcertante e chutou desequilibrado. A bola não entrou por caprichos, mas não importava. No dia 21 de junho veio a final contra a Itália no estádio Azteca. As duas seleções eram bicampeãs e quem vencesse ficaria em definitivo com a Taça Jules Rimet e o Brasil deu uma verdadeira aula de futebol, primeiro com a cabeçada fulminante de Pelé, depois um segundo tempo impecável com gols de Gérson, Jairzinho e pra fechar a campanha o gol do capitão Carlos Alberto, uma obra prima coletiva com toques envolventes e mágicos. Era o ápice da mágica conquista. A Jules Rimet era definitivamente do Brasil. Um time de outra galáxia com jogadores fantásticos como Rivelino e sua patada atômica, Gérson, o canhotinha de ouro, Jairzinho, o Furacão da Copa e único a marcar gol em todos os jogos e Pelé que chegava ao seu auge. 

Breve histórico da Copa do Mundo de 1970 - disputada entre 31 de maio e 21 de junho nas cidades do México, Puebla, Guadalajara, León e Toluca
  • Campeão: Brasil. Com o terceiro título entre as quatro Copas disputadas o país assegurou a hegemonia do esporte e ganhou em definitivo a Taça Jules Rimet com uma campanha espetacular de seis vitórias em seis jogos. A Jules Rimet acabaria sendo roubada e derretida em 1983
  • Vice campeã: Itália
  • Países participantes: 16
  • Gols: 95 - média de 2,97 por partida
  • Jogos: 32
  • Artilheiro: Gerd Müller (Alemaha) - 10 gols
Na terça a série prossegue falando do holandês Cruyff e o futebol total da Holanda.

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