Morre Dom Paulo Evaristo Arns, o homem que enfrentou a ditadura



O arcebispo emérito de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns morreu na tarde desta quarta feira aos 95 anos de idade devido à complicações pulmonares. Ele estava internado desde o dia 28 de novembro no Hospital Santa Catarina. Nascido em 1921 em Forquilhiinha, ele era filho de alemães e em 1945 foi ordenado sacerdote e foi estudar em Sorbonne. Dom Paulo foi arcebispo metropolitano de 1970 até 1998. Durante a ditadura denunciou a morte de dois agentes da Pastoral, presidiu a Celebraçao da Esperança em homenagem ao estudante universitário Alexandre Vannuchi Leme que foi morto pela ditadura. Em 1975 liderou um ato ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, morto nos porões do DOI - CODI, dois anos mais tarde se posicionou contra a retirada arbitrária de 900 estudantes do campus da USP. Participou efetivamente do projeto Brasil Nunca Mais, um relatório clandestino que expôs a repressão política no Brasil durante os últimos seis anos de ditadura além de ser uma das vozes do movimento das Diretas Já. Criou as pastorais da Moradia, operária e da infância ao lado da irmã Zilda Arns que morreu no terremoto do Haiti em janeiro de 2010. O seu corpo está sendo velado na Catedral da Sé e será enterrado amanhã.

Postar um comentário

0 Comentários