A História das Copas: 1970, Tricampeões numa Copa inesquecível

A História das Copas prossegue falando sobre a Copa do Mundo de 1970 no México.


O Mundial de 1970 entrou pra história não só pelo tricampeonato do Brasil, mas por implantar inovações. As substituições foram permitidas, foram adotados os cartões amarelo e vermelho e pela primeira vez o mundo acompanharia o evento ao vivo e via satélite. O Brasil passou a assistir a Copa do Mundo, ainda em preto e branco, dois anos mais tarde a televisão à cores chegava ao país.


Jamais haverá uma equipe tão fantástica como a seleção brasileira de 70. Um timaço de outra galáxia com jogadores fantásticos, mas que antes passou por momentos de turbulência depois do fiasco de 66. Em 69 o jornalista João Saldanha assumia o time e convocou suas feras que passaram fácil pelas eliminatórias. Mas às vésperas da Copa pela pressão da ditadura militar, Saldanha foi demitido à três meses do Mundial e quem assumiu o comando da equipe foi Zagallo. O Brasil foi o primeiro time à chegar ao México e fez toda a fase de aclimatação e adaptação às altitudes além do calor, pois os jogos foram marcados para o horário do meio - dia onde há um calor escaldante. A cidade de Guadalajara abriu as portas para receber a seleção e o estádio Jalisco foi palco de cinco partidas inesquecíveis:

1º ato - Estreia brilhante: A estreia do Brasil foi contra a Tchecoeslováquia e o começo foi complicado. Os tchecos saíram na frente com o gol de Petras, mas o Brasil não se intimidou e ainda empatou no primeiro tempo com Rivellino e a patada atômica. Pelé começava seu show com um golaço que não fez. Do meio de campo chutou a bola e percebeu que o goleiro Viktor estava adiantado, só que a bola caprichosamente não entrou. No segundo tempo veio a goleada, primeiro com Pelé, depois Jairzinho marcando duas vezes, o primeiro gol uma pintura, dando um chapéu em Viktor, matando no peito e fuzilando e o segundo, em jogada individual.


2º ato - Vitória difícil sobre os campeões de 66: O segundo jogo foi considerado a final antecipada e dois lances marcaram este jogo. O primeiro, a cabeçada de Pelé que iria pro gol, mas o goleiro Banks em grande defesa impediu o gol e o segundo, o gol brasileiro que iniciou em jogada de Tostão que passou por quatro marcadores, rolando a bola pra Pelé que vê Jairzinho entrar livre e o furacão tocou pro gol de Banks.

3º ato - Vitória com dificuldades: O terceiro jogo foi contra a Romênia. O jogo até que começou fácil. Mesmo sem Gérson e Rivellino o Brasil abriu 2 x 0 com gols de Pelé cobrando falta e Jairzinho, mas a Romênia diminuiu com Dumitrache aproveitando bobeada da defesa. No segundo tempo, Pelé fez mais um e os romenos diminuíram.

4º ato - Tostão brilha contra o Peru: O time do Peru treinado pelo brasileiro Didi não foi páreo para o Brasil. No primeiro tempo Rivellino e Tostão fizeram 2 x 0, Galhardo diminuiu, no segundo tempo Tostão marcou de novo, Cubillas diminuiu novamente, mas Jairzinho fechou a vitória por 4 x 2 e a seleção chegava à semifinal.

5º ato - Exorcizado o fantasma uruguaio: Brasil e Uruguai voltaram a se encontrar 20 anos depois. Os fantasmas atormentaram o time quando Cubilla abriu o placar para a Celeste, mas no fim do primeiro tempo Clodoaldo marcou o gol de empate. Na segunda etapa o Brasil deu show. Jairzinho virou o jogo e Rivellino com sua patada atômica fechou o placar. Pelé ainda teve mais dois lances geniais: a rebatida que quase virou gol e o drible em Mazurkiewcz e por capricho a bola não entrou. O Brasil chegava à final da Copa.





21 de junho de 1970. O Estádio Azteca foi palco de um momento histórico. Brasil e Itália decidiriam a Copa e a posse definitiva da Taça Jules Rimet e a honra de ser o primeiro tricampeão do mundo. Diante de 107 mil pessoas o Brasil abriu o placar com Pelé, marcando de cabeça. A Itália empatou com Bonninsegna aproveitando falha de Clodoaldo. No segundo tempo o Brasil mostrou superioridade e chegou ao tri com gols de Gérson, Jairzinho, o furacão da Copa e pra fechar a campanha inesquecível o capitão Carlos Alberto Torres coroou com chave de ouro uma campanha perfeita com um chutaço sem chance de defesa pra Albertosi. Uma campanha de ouro com 19 gols marcados e a taça Jules Rimet conquistada definitivamente. Só que em dezembro de 1983 ela foi roubada e derretida por ladrões. Depois o Brasil esperaria 24 anos para voltar a ser campeão novamente.

Os 22 heróis de um título histórico

- Goleiros: Félix, Ado e Leão
- Defesa: Carlos Alberto Torres, Zé Maria, Brito, Baldocchi, Wilson Piazza, Fontana, Joel, Marco Antônio e Everaldo
- Meio campo: Gérson, Rivellino e Clodoaldo
- Ataque: Pelé, Jairzinho, Tostão, Dario, Edu, Paulo César Caju e Roberto
Técnico: Zagallo

Os números da Copa de 1970

- Jogos: 32 (3 prorrogações)
- Gols: 96 (1 contra, média de 2,97 por partida)
- Sedes: Cidade do México, Guadalajara, Toluca, Puebla e León
- Público: 1.673.975 pessoas (média de 52.312 por jogo)


- Artilheiro: Gerd Müller (Alemanha Ocidental) - 10 gols

Na quinta a série prossegue falando da Copa do Mundo de 1974 na Alemanha.

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1 Comentários

Kleber Nunes disse…
A Copa de 70 ficou marcante na memória de muita gente porque jamais haverá uma seleção como a de 70, ainda mais em tempos bicudos.