A História das Copas: 1958, o fim do complexo de vira lata da seleção brasileira

A história das Copas prossegue e hoje falaremos da Copa do Mundo de 1958 disputada na Suécia.


A Copa de 58 teve uma das médias de gols mais altas da história com 3,6 por partida e a menos violenta com dois jogadores expulsos. O Mundial de 1958 testemunhou o surgimento de uma geração de craques que ficaria marcada na história do futebol brasileiro.


Os brasileiros esperaram 28 anos para entrar no clube dos campeões mundiais, mas ao mesmo tempo formou uma constelação de estrelas e craques que ajudaram o país a ser pentacampeão mundial em toda a história dos mundiais. A organização passou a ser feita de forma profissional. A delegação foi chefiada por Paulo Machado de Carvalho que elaborou uma estrutura impecável com psicólogo e dentista que acompanhou a seleção.

A estreia brasileira foi contra a Áustria com dois gols de Mazola e outro de Vavá. A segunda partida acabou 0 x 0 contra os ingleses. Para a terceira partida contra a seleção da União Soviética o técnico Feola resolve mudar o time com a entrada de dois jogadores que mudariam pra sempre a cara da seleção. Pelé e Garrincha ganharam a vaga de titular. O time soviético achou que seria fácil. Com três minutos de jogo o Brasil já metia uma bola na trave de Yashin e fazia 1 x 0 com gol de Vavá. Os russos atordoados sentiram a pressão e o Brasil fez mais um, de novo com Vavá. O mundo foi apresentado a Mané Garrincha, o gênio das pernas tortas que driblou os joões russos. O jogo seguinte foi contra o País de Gales. O time europeu armou um ferrolho defensivo e o Brasil teve dificuldades para furar a retranca, mas em um lance, Pelé chapelou o zagueiro e com um toque sutil marcou o gol que levou o time à semifinal. Aos 17 anos surgia ali o Rei do Futebol.

A semifinal foi contra a França do artilheiro Just Fontaine. Mas quem abriu o marcador foi o Brasil com Vavá no primeiro minuto de jogo. Fontaine empatou, mas o Brasil voltava a ficar à frente com Didi, na segunda etapa Pelé desequilibrou e marcou três levando o Brasil à final contra a Suécia.



Com Pelé e Garrincha surpreendendo o mundo, o Brasil entrou em campo vestindo azul e com outra novidade: Djalma Santos entrou no lugar de De Sordi e por conta desta atuação foi eleito o melhor lateral da Copa do Mundo. Os suecos, donos da casa saíram na frente com Liedholm. O Brasil buscou o empate quatro minutos depois com Vavá, que viraria logo depois. No segundo tempo o mundo assiste ao show brasileiro em campo. Pelé marcou o terceiro gol, Simonsson descontou, Zagallo fez o quarto e Pelé fechou a goleada com mais um. Brasil 5 x 2.

Fim de partida e festa dos jogadores no Estádio Rasunda de Estocolmo. Os jogadores se abraçam e choram copiosamente. Emocionados, os jogadores deram a volta olímpica sob aplausos da torcida sueca, reconhecendo o espetáculo e a superioridade brasileira.

A partir de então um gesto imortalizou as grandes conquistas para sempre. Atendendo a um pedido dos fotógrafos que queriam registrar a cena, o capitão Bellini erguia pela primeira vez a Taça Jules Rimet.

Os heróis da primeira conquista do Brasil em Copas do Mundo

- Goleiros: Gilmar dos Santos Neves e Carlos Castilho
- Defesa: De Sordi, Djalma Santos, Bellini, Mauro Ramos, Nilton Santos e Oreco
- Meio campo: Dino Sani, Zito, Orlando e Zózimo
- Ataque: Mané Garrincha, Pelé, Joel, Didi, Moacir, Vavá, Mazzola, Dida, Zagallo e Pepe.
Técnico: Vicente Feola

Os números da Copa de 1958

- Jogos: 35
- Gols: 126 (3,6 por jogo)
- Sedes: Estocolmo, Gotemburgo, Malmoe, Norrköping, Helsinborg, Västeras, Eskilstuna, Örebro, Sandviken, Udevalla, Boras e Halmstad.
- Público: 868.000 pessoas (média de 24.800 por jogo)


- Artilheiro: Just Fontaine (França) - 13 gols, marca que jamais foi superada.

A série prossegue na terça com a história da Copa do Mundo de 1962, a segunda conquista do Brasil.

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