No Top 10 Olímpico Brasil de hoje destacarei cinco medalhas imprevisíveis das 150 que o Brasil ganhou em mais de 100 anos de participação olímpica. Como sempre acontece antes de cada edição de Jogos Olímpicos a conceituada revista americana Sports Illustrated faz sua previsão de quantas medalhas o Brasil ganhará, mas nem sempre acerta por isso mesmo trago um Top 5 dessas medalhas imprevisíveis.
1 - Yane Marques, Londres 2012: No último dia dos jogos de Londres o Brasil conquistava uma medalha fora de qualquer prognóstico num esporte pouco conhecido, o pentatlo moderno e coube à pernambucana Yane Marques quebrar a escrita. Ela obteve um desempenho surpreendente nas três primeiras etapas (natação, esgrima e hipismo) e chegou à etapa final empatada com a atleta da Lituânia e foi pra corrida de 3 km intercalada com três sessões de tiro. Yane foi bem no tiro, mas na corrida foi ultrapassada e terminou com a medalha de bronze, um feito e tanto. Quatro anos depois foi nossa porta bandeira na cerimônia de abertura da Rio 2016.
2 - Rogério Sampaio, Barcelona 1992: O judoca Rogério Sampaio foi protagonista do segundo ouro olímpico da história do judô brasileiro nos jogos de Barcelona. Ele competia na categoria meio leve e teve de superar obstáculos pesados na rota do ouro dentre eles a dificuldade imposta pela Confederação Brasileira de Judô levando os atletas a se rebelarem contra o presidente da entidade e tendo como líder Aurélio Miguel, campeão olímpico em Seul. Rogério foi com garra pro tatame e passou um a um pelos adversários e na final foi superior ao húngaro Josef Czak e conquistou a medalha de ouro e ele dedicou a conquista ao irmão, o também judoca Ricardo Sampaio que morreu um ano antes. Rogério Sampaio atualmente integra a comissão de dirigentes e será o chefe da delegação brasileira em Paris.
3 - Revezamento 4 x 100 masculino, Sydney 2000: O revezamento 4 x 100 masculino de atletismo havia conquistado medalha de bronze em Atlanta. Em Sydney a equipe brasileira vinha forte, passou tranquilo pelas eliminatórias, na semifinal um erro na passagem do bastão entre o segundo e terceiro atleta quase custou a vaga na final, mas a equipe se recuperou e foi pra final. Na prova que valeu a medalha o Brasil superou Cuba com uma arrancada espetacular de Claudinei Quirino nos últimos 100 metros que valeu um bordão espetacular de Galvão Bueno, é prata,é prata, é prata para o Brasil. A equipe foi formada por Vicente Lenílson, Claudinei Quirino, André Domingos e Edson Luciano Ribeiro com Cláudio Roberto Sousa que disputou a semifinal. Existia a possibilidade da prata virar ouro, mas o processo não foi pra frente.
4 - Laura Pigossi/Luisa Stefani, Tóquio 2020: Essa foi uma medalha daquelas que ninguém previa. Uma semana antes do começo da Olimpíada de Tóquio a Federação Internacional de Tênis convidava a dupla brasileira para a disputa do torneio olímpico e duas semanas depois Laura Pigossi e Luísa Stefani fizeram história numa campanha brilhante somente sendo paradas na semifinal, mas com medalha de bronze no peito e foi uma batalha em cima das russas Elena Vesina e Veronica Kudermetova. As russas venceram o primeiro set por 6/4, as brasileiras reagiram devolvendo o placar e no set desempate chegaram a ter 9/5 contra, mas com garra reagiram e viraram pra levar a medalha de bronze, a primeira no tênis num feito que nem nossos maiores tenistas como Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten conseguiram. A dupla ano passado ganhou medalha de ouro no Pan e em Paris Luisa Stefani fará dupla com Bia Haddad e Laura Pigossi deverá disputar a chave de simples.
5 - Thiago Braz, Rio 2016: Talvez o ouro mais surpreendente e emocionante da Olimpíada veio no salto com vara masculino, foi assim que descrevi na retrospectiva de agosto de 2016 a conquista de Thiago Braz da Silva no salto com vara. O saltador brasileiro era um desconhecido, mas na olimpíada do Rio surpreendeu todo mundo e na final fez um duelo estratégico com o francês Renaud Lavillenie. Os dois disputavam a medalha de ouro e Thiago apostou num salto de 6,03 e na segunda tentativa cravou a marca. O francês então foi pra 6,08, mas ele não passou pelo sarrafo e Thiago levou a medalha de ouro sendo campeão olímpico, em Tóquio ele subiu de novo ao pódio levando a medalha de bronze, agora ele tentará uma vaga em Paris pois ele conseguiu uma liminar revertendo a suspensão por doping.
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