Hoje é dia de festa para a televisão brasileira. Há 70 anos atrás Assis Chateubriand iniciava a trajetória com a primeira transmissão da história com a inauguração da PRF-3. Um simpático índio avisava que estava no ar a TV Tupi de São Paulo. O primeiro programa chamava - se TV na Taba e artistas vindos do rádio, na época o veículo mais popular do país estiveram presentes. A partir daí veio uma história de sucesso que fez o veículo um companheiro nas salas de estar dos brasileiros.
Nos primórdios da TV o rádio virou escola pra quem vinha do veículo e foi assim que a televisão se desenvolveu. Na década de 50 a Tupi ganharia concorrentes. Surgiam a TV Paulista, a TV Record, a TV Excelsior e a TV Rio. Na década de 60 começaram a surgir programas que moldaram o veículo.
As telenovelas chegaram à TV em 1951 com Sua vida me pertence, novela feita ao vivo e estrelada por Vida Alves e Walter Forster. A partir da década de 60 a novela passa a ser diária e gravada graças ao recurso do videotape e a primeira novela foi 2-5499 Ocupado exibida na Excelsior e estrelada por Tarcísio Meira e Glória Menezes, um dos casais mais marcantes da história. No fim da década a Tupi inova na linguagem com a revolucionária Beto Rockfeller. O humor ganha forma com novos comediantes entre eles Chico Anysio, Manoel da Nóbrega e Renato Aragão. A música ganha enorme destaque com os festivais de música na Record e programas como O Fino da Bossa e Jovem Guarda. Nos programas de auditório surgia um ícone chamado Silvio Santos além de outros comunicadores como J. Silvestre, Chacrinha e Flávio Cavalcanti além de Hebe Camargo. Ainda na década surgiam as Tvs Globo, Bandeirantes e Cultura. No jornalismo as primeiras duas décadas são marcadas pelo Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas com Heron Domingues, em 1969 surgia o Jornal Nacional, primeiro telejornal de rede integrando o Brasil com Cid Moreira. Nos anos 70 a Rede Globo assume o primeiro lugar no Ibope lançando o padrão Globo de Qualidade aprimorando a programação vertical implementada pela Excelsior. As primeiras transmissões de futebol são dos anos 50, mas a partir da Copa de 1970 no México o Brasil passaria a assistir ao vivo a cada quatro anos o maior espetáculo de futebol onde se criou um hábito de torcer pela seleção brasileira. Em 1972 a TV ganha cor e outros avanços tecnológicos se sucederam como as transmissões via satélite. No século 21 a TV mudou seu jeito de ser consumida com o advento da TV por assinatura, o surgimento de plataformas e o streaming transformaram a TV, mas não mudou a relação do brasileiro com a TV que vai continuar presente no dia a dia.
E para fechar trago aqui alguns dos nomes mais marcantes desses 70 anos de televisão brasileira:
1 - Draamturgia
Na dramaturgia atores inesquecíveis como Regina Duarte, Francisco Cuoco, Lima Duarte, Glória Pires, Suzana Vieira, Eva Wilma, Tarcísio Meira, Glória Menezes, Marília Pêra, Milton Gonçalves, Tony Ramos, Antonio Fagundes, José Wilker, Laura Cardoso e Fernanda Montenegro. Nossos maiores autores são Janete Clair, Benedito Ruy Barbosa, Manoel Carlos, Cassiano Gabus Mendes e Gilberto Braga.
2 - Humor
Comediantes inesquecíveis como Chico Anysio e seus mais de 200 tipos, Renato Aragão que junto de Dedé Santana, Mussum e Zacarias formaram o inesquecível grupo Os Trapalhões, Jô Soares, Manoel da Nóbrega, criador da Praça da Alegria sucedido pelo seu filho Carlos Alberto da Nóbrega que manteve o espírito e a essência com A Praça é Nossa, Costinha, Ronald Golias e Dercy Gonçalves.
Nos auditórios grandes nomes sendo o maior de todos na minha humilde opinião Silvio Santos, um comunicador nato que virou dono de emissora de televisão ao criar o SBT mas sem menosprezar outros comunicadores de talento como Chacrinha, o inesquecível Velho Guerreiro que dizia nada se cria, tudo se copia e quem não se comunica se trumbica além de bagunçar o coreto seja na buzina,na discoteca ou no cassino sempre acompanahdo das chacretes, Gugu Liberato, animador que revolucionou as noites de sábado no Viva a Noite, Hebe Camargo, a eterna dama dos auditórios, Flávio Cavalcanti, o apresentador que quebrava discos, introduziu um júri e criava polêmica, J. Silvestre, criador do programa de perguntas e respostas onde o céu era o limite, Edson "Bolinha" Cury que agitava no Clube do Bolinha nas tardes de sábado, Raul Gil, artista carismático e descobridor de talentos, Fausto Silva, irreverente tanto no Perdidos na Noite como no domingão, Serginho Groisman, comunicador que fala a linguagem dos jovens, Luciano Huck e a mistura quente de seu caldeirão, Ratinho, comunicador que fala o que pensa e Ana Maria Braga.
4 - Jornalismo
No jornalismo muitos nomes ajudaram a contar a história dos fatos e destacamos Cid Moreira e Sérgio Chapelin, dupla marcante do Jornal Nacional por 27 anos, Marília Gabriela, uma das maiores entrevistadoras do país, Fátima Bernardes que fez história na bancada do JN e que depois migrou com sucesso para o entretenimento e William Bonner sem contar com Bóris Casoy, jornalista de opinião forte e precursor da figura do âncora na TV em 1988 no TJ Brasil do SBT, Carlos Nascimento, jornalista de coberturas marcantes e Pedro Bial, outro que depois de coberturas históricas migrou pro entretenimento comandando por 17 anos a nave do Big Brother Brasil.
5 - Esporte
Nas vitórias e derrotas vozes inesquecíveis no esporte: Luciano do Valle, o homem que revolucionou com o vôlei e descobridor de talentos nos inesquecíveis anos em que figurava na Band com o Show do Esporte, Geraldo José de Almeida, voz do tri, Silvio Luiz, locutor que trouxe humor e irreverência nas transmissões esportivas e Galvão Bueno, amado e odiado mas transmitindo momentos marcantes do esporte nas vitórias de Ayrton Senna na Fórmula 1 e no grito de É Tetra na Copa de 1994.
6 - Infantis
Nos programas infantis não podemos esquecer de Xuxa Meneghel, a eterna Rainha dos baixinhos, Paula Saldanha que se destacou no Globinho, Angélica, Mara Maravilha, Sérgio Mallandro, Simony, os cães da TV Colosso, os clássicos personagens do Sítio do Picapau Amarelo na mais bem sucedida adaptação da obra de Monteiro Lobato, do palhaço Bozo e da turma do Rá Tim Bum da TV Cultura.
E aqui fica o meu carinho e os parabéns à TV brasileira pelos 70 anos. E que venham outros 70.
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