Retrospectiva 2019: América Latina ferve com turbulências em ano de protestos

A Retrospectiva 2019 segue e hoje destacamos o que foi notícia no cenário internacional destacando a turbulência que agitou a América Latina.

Ano de turbulências na América Latina

A disputa pelo poder na Venezuela








Ano na Venezuela foi marcado por protestos à favor e contra o governo de Maduro que segue firme no poder apesar de Juan Guaidó se autoproclamar presidente

2019 na Venezuela foi um ano trubulento e agitado por conta dos protestos contra a ditadura de Nicolás Maduro. O ano mal começou e Maduro tomava posse para mais um mandato mesmo contestado pela Assembleia Nacional e ao mesmo tempo Juan Guaidó anunciava sua disposição para se tornar presidente. No dia 23 de janeiro o país é tomado por uma onda de protestos e guaidó se autoproclamava presidente do país com apoio da Assembleia Nacional dominada por partidos de oposição. No dia seguinte solicitou ajuda humanitária aos EUA, só que Maduro impediu. Em fevereiro explodiu confrontos no dia em que a ajuda humanitária iria chegar quando policiais atiraram contra 200 venezuelanos que tentaram atravessar a fronteira com a Colômbia. Entre março e abril houve apagões frequentes no país deixando várias cidades às escuras. Um novo protesto ocorre no dia 30 de abril, desta vez foi um levante militar contando com as presenças de Leopoldo López e Guaidó em protesto à expulsão de militares que apoiavam Guaidó. O governo de Maduro respondeu ao levante mobilizando suas forças para conter o levante dos opositores. O ultimato fracassou e 100 pessoas ficaram feridas nos protestos. Depois desse levante as coisas se normalizaram, mas a crise pode voltar a qualquer momento.

Chile: protestos e governo acuado





População sai às ruas protestar e obrigar o presidente Piñera a recuar no aumento de passagens no Metrô

No Chile os protestos foram contra o aumento das passagens, num caso muito semelhante com o que ocorreu no Brasil em 2013. A onda começou na capital Santiago e se espalhou rapidamente pelo país. O presidente Sebastian Piñera acuado decretou toque de recolher e estado de emergência no dia 18 de outubro. Veio a greve geral e após os protestos o saldo foi de 18 mortes. Piñera então revogou o aumento, mudou o conselho de ministros e vários eventos foram cancelados como a COP 25 e a final da Libertadores que foi transferida pra Lima. Para o começo do ano que vem um plebiscito foi marcado e os chilenos deverão ir às urnas emtrês etapas: na primeira a consulta perguntará se os chilenos querem uma nova constituição ou mantém a que está em vigor, a segunda etapa em outubro elegeria membros que elaborarão a nova carta magna e a terceira em 2021 aceitará ou rejeitará a futura constituição.

Bolívia: A queda de Evo Morales



Resultado de imagem para Assumia o poder Jeanine Añez, oposicionista e segunda na linha sucessória

Evo Morales renunciou e quem assume o poder na Bolívia é a senadora Jeanine Añez

Já na Bolívia 2019 marcou o fim da era Evo Morales no poder. O ex- presidente renunciou e se asilou no México depois que as eleições presidenciais foram anuladas por fraude. A eleição foi realizada em outubro e Evo Morales venceu o pleito mesmo sem ter 100% do resultado confirmado, o que levou a oposição a pedir a anulação. No começo de novembro a oposição divulga relatório acusando Morales de fraude, no sábado 9 de novembro a oposição toma os estúdios das emissoras estatais de rádio e televisão. No domingo 10 de novembro a OEA divulga o resultado do relatório repleto de irregularidades e diante desse cenário Evo Morales vai a TV e anuncia a renúncia ao mandato levando junto o vice Alvaro Garcia Linera e as Forças Armadas bolivianas. No dia 11 Evo decide se asilar no México. Assumia o poder Jeanine Añez, oposicionista e segunda na linha sucessória pois o presidente da Câmara dos Deputados renunciou. Jeanine Añez foi autoproclamada presidente do país numa sessão sem quórum no dia 12 de novembro e decretou novas eleições sem a presença de Morales.



Alberto Fernandez ao lado de Cristina Kirchner trouxe a esquerda de volta ao poder na Argentina

Na Argentina e no Uruguai houveram eleições presidenciais. Na Argentina a esquerda volta ao poder após quatro anos com a eleição de Alberto Fernandez derrotando o atual presidente Mauricio Macri em primeiro turno. Fernandez tem como vice Cristina Kirchner e terá como desafio recuperar a economia. No Uruguai Luís Alberto Lacalle Pou é eleito em segundo turno com mais de 50% dos votos válidos. A agitação continuou no Peru e no Equador. No Peru explodiu uma crise constitucional depois que o presidente Martin Vizcarra dissolveu o Congresso e no Equador Lenin Moreno renunciou ao mandato e houve protestos por dez dias. 

O Brexit fica mais próximo no Reino Unido



Boris Johnson entrou no lugar de Thereza May e com a vitória em eleição antecipada fica próximo de concluir o Brexit

No Reino Unido o ano de 2019 foi marcado por trocas de primeiros ministros. Thereza May renunciou ao mandato pois fracassou em mais uma tentativa de conduzir o processo do Brexit que se arrasta desde 2016 e a missão passou a ser de Boris Johnson que em dezembro obtém importante vitória com o Partido Conservador nas eleições legislativas e o Brexit pode sair já no começo de 2020.

O mundo em protesto







Protestos se espalharam pelo mundo: Hong Kong, Líbano e França, cada um protestando a seu modo

Em outros países a onda de protestos continuou: Hong Kong enfrentou desde março protestos exigindo a retirada do projeto de lei de extradição. Até agora oito pessoas morreram nos atos e mais de 2 mil pessoas presas. No Líbano a revolta levou à renúncia dos ministros depois das medidas tomadas pelo governo e na França os Coletes Amarelos seguiram protestando contra o governo de Emmanuel Macron.

Catedral pega fogo em Paris





Catedral em chamas: o fogo atingiu o telhado e destruiu parte das instalações da Catedral de Notre Dame

A Catedral de Notre Dame em Paris sofreu em 15 de abril um incêndio violento abalando suas estruturas. Construída no século XII a igreja passava por obras de reforma quando o fogo começou e rapidamente se espalhou. Os bombeiros foram mobilizados e as chamas destruíram a parte superior do prédio. Felizmente não houve perdas humanas mas houve danos consideráveis.

Trump governa e ao mesmo tempo fica ameaçado de impeachment



Donald Trump corre o risco de sofrer impeachment por causa da interferência externa e perder a chance de se reeleger

O presidente americano Donald Trump começou o ano sendo o primeiro americano a pisar no território da Coreia do Norte, o que ocorreu em junho ao cruzar a zona desmilitarizada. Em fevereiro na reunião de cúpula com Kim Jong un não houve acordo porque os norte coreanos queriam o fim das sanções. Dentro de seu país o presidente começou a enfrentar um processo de impeachment pois é acusado de pressionar o governo da Ucrânia a lançar investigações sobre a participação do filho de Joe Biden, provável candidato do Partido democrata na disputa presidencial do ano que vem. A primeira fase do processo foi concluída em novembro com os depoimentos feitos à portas fechadas. A próxima fase foi os procedimentos na Comissão de Justiça antes da votação em plenário pelo Congresso americano. Segundo declarações o relatório deve apontar Trump como culpado e ser removido do cargo, como manda a constituição americana. Na madrugada de hoje a Câmara dos Deputados aprovou o impeachment de Trump por abuso de poder e obstrução do Congresso, mas ele continua no cargo até o julgamento no Senado onde tem maioria republicana. Esse julgamento deverá acontecer em janeiro e esquentaria a eleição. Trump é o terceiro presidente americano a sofrer impeachment.

A queda do Estado Islâmico



Morte do líder Abu Bakr  al Baghdadi pode significar o golpe mortal no Estado Islâmico

O Estado islâmico sofreu em 2019 suas maiores derrotas com a perda do último reduto de seu califado na Síria em março. As forças armadas da Síria e a coalizão liderada pelos Estados Unidos expulsaram os xiitas do país. Em outubro Abu Bakr - al Baghdadi comete suicídio durante operação militar.

Os lobos solitários continuam à solta pelo mundo





No mais escabroso caso o terrorista filmou o atentado em que matou 51 pessoas na Nova Zelândia

Em 2019 o terror continuou à solta com ações de lobos solitários em diversos atentados. Em março na Nova Zelândia o australiano Brenton Tarrant, um militante de extrema direita abriu fogo contra muçulmanos na mesquita de al Noor e no centro Islâmico Linwood. 51 pessoas morreram e 49 ficaram feridas. Nos Estados Unidos foram vários tiroteios durante o ano: em maio na Virgínia 12 pessoas morreram em tiroteio, em agosto num fim de semana 30 mortos em dois tiroteios distintos. No primeiro no estacionamento do Walmart na cidade texana de El Paso 20 pessoas morreram e 26 ficaram feridas e no segundo 10 pessoas morreram em um novo tiroteio ocorrido no estado de Ohio.

O fim trágico de 39 chineses em um conteiner



Em outubro 39 pessoas foram encontradas mortas dentro de um conteiner refrigerado dentro de um caminhão na Inglaterra. O conteiner saiu da Bélgica e chegou ao Reino Unido através do Porto de Holuhead. Os 39 mortos eram originários da China.

A Retrospectiva prossegue nesta sexta destacando o que foi destaque na televisão. 

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