A História das Copas: 1954: A queda da Hungria de Puskas e a consagração da Alemanha enfim campeã

A série especial sobre a História das Copas prossegue hoje e o assunto é a Copa do Mundo de 1954 na Suíça.


País sede da FIFA, a Suíça trouxe a Copa do Mundo de volta ao continente europeu, menos de dez anos depois do fim da segunda Guerra Mundial. A Copa de 54 foi responsável pela maior média de gols já alcançada em mundiais: 5,4 por jogo em 26 jogos. As eliminatórias tiveram a participação de 37 inscritos. Uma das novidades foi a numeração das camisas que passou a ser item obrigatório para facilitar a identificação dos jogadores.


Para esquecer a tragédia na Copa de 1950 em casa o Brasil embarcou pra Suíça de roupa nova. Saiu o branco e entrou o amarelo e Zezé Moreira assumiu o comando da seleção. Como novidades um novo esquema tático com 3 atacantes e a marcação por zona. A estreia foi fácil: goleada sobre o México por 5 x 0, na segunda partida empate com a seleção da Iugoslávia em 1 x 1. O Brasil pressionou, para desespero dos iugoslavos. Mesmo assim as duas equipes se classificaram.



O adversário do Brasil nas quartas era a poderosa seleção da Hungria. Os magiares vinham atropelando quem cruzasse à sua frente. Primeiro a Alemanha, derrotada por 8 x 3, depois a Coreia do Sul por 9 x 0. O jogo com o Brasil ficou conhecido como A Batalha de Berna. Com apenas sete minutos de jogo a Hungria já ganhava de 2 x 0, gols de Kocsis e Hidekguti. Djalma Santos ainda diminuiu, mas Lantos fez o terceiro no começo da segunda etapa. A partir dos 25 minutos o jogo descamba pra violência. Bozsik e Nilton Santos trocaram socos e foram expulsos. Julinho Botelho fez o segundo, mas a Hungria chegava ao quarto gol com Kocsis. Depois do fim da partida os ânimos seguiram exaltados entre os jogadores. Maurinho deu um soco em Czibor e Puskas, mesmo machucado abriu a testa de um jogador brasileiro com uma garrafada. Derrota no campo e na pancadaria, assim foi a participação brasileira na Copa de 1954.

Como jogou o Brasil na Copa de 1954

- Goleiros: Castilho, Veludo e Cabeção
- Defesa: Djalma Santos, Paulinho de Almeida, Nilton Santos, Pinheiro, Mauro e Alfredo
- Meio campo: Brandaozinho, Bauer, Eli do Amparo e Dequinha
- Ataque: Julinho Botelho, Didi, Baltazar, Pinga, Francisco Rodrigues, Maurinho, Humberto, Rubens e Índio
Técnico: Zezé Moreira


A seleção da Hungria era a grande sensação do mundial e goleava sem dó além de ter um poder ofensivo muito forte liderado por Puskas. A Alemanha foi uma das vítimas da seleção húngara, sendo goleada por 8 x 3. Quis o destino que as duas equipes voltassem a se encontrar na grande final. E o que se viu foi o começo da escola alemã, pragmática e valorizando a força física. Tudo parecia crer que a Hungria levaria a melhor e cheios de confiança fizeram 2 x 0 com Puskas e Czibor, mas a Alemanha conseguiu empatar rapidamente com gols de Morlock e Rahn. O gramado pesado dificultava o toque de bola com velocidade da seleção magiar e o preparo físico alemão começou a prevalecer. Quando a partida caminhava para a prorrogação, a Alemanha chegava ao gol de seu primeiro título mundial com Rahn. Era o fim da grande seleção húngara e mais uma vez a melhor seleção perde a final e o título.

Os números da Copa de 1954

- Jogos: 26 (3 prorrogações)
- Gols: 140 (4 contra - média de 5,38 por jogo)
- Sedes: Berna, Lausanne, Basiléia, Genebra, Zurique e Lugano
- Público: 943 mil pessoas (média de 36.269 por jogo)


- Artilheiro: Sandor Kocsis (Hungria) - 11 gols

A série prossegue na quinta feira com a história da primeira conquista brasileira em Copas na Suécia em 1958.

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