Memória 2013: A hora do adeus

A retrospectiva 2013 prossegue neste último sábado do ano e hoje é dia de saudade. O obituário de 2013 tem uma lista extensa de despedidas em várias áreas. O ano marcou o adeus a grandes nomes como Nelson Mandela, Dominguinhos, Djalma Santos e outros.

As perdas na política



 


Na política o ano foi de perdas significativas. Em 14 de fevereiro morre o ex- ministro da Justiça Fernando Lyra. Ele foi o articulador da eleição de Tancredo Neves em 1985. Dois meses depois morre outro ex- ministro da Justiça no governo Sarney, o advogado Saulo Ramos. Em 13 de setembro um câncer matou Luis Gushiken, ex- ministro da Secretaria da Cominicação no primeiro mandato do ex- presidente Lula e fundador do PT. Gushiken teve seu nome citado no escândalo do mensalão, mas foi absolvido por falta de provas. Em 2 de dezembro o câncer matou Marcelo Déda, governador de Sergipe e ex- prefeito de Aracaju. No mundo destaque para as mortes de Giulio Andreotti (6 de maio), ex- primeiro ministro da Itália, Jorge Rafael Videla (17 de maio), um dos generais argentinos mais sangrentos da história argentina e o general paraguaio Lino Oviedo (2 de fevereiro) morre em fevereiro em acidente de helicóptero.

Adeus ao caudilho venezuelano


Foram 14 anos governando a Venezuela com a pretensão de ser governante vitalício, subjugando empresas e demonizando o capitalismo, representado pelos Estados Unidos, firmou aliança com o Irã, mas deixou um país desequilibrado economicamente. No dia 5 de março, Hugo Chávez perdia a batalha contra o câncer na região pélvica descoberto em 2011 e não resistiu à quarta cirurgia. O país entrou em comoçao e por dez dias seu corpo foi velado.

A Dama de Ferro que ajudou a vencer a Guerra Fria

A ex-premiê britânica Margaret Thatcher acena da entrada de sua casa nesta segunda-feira (1º). (Foto: AFP)

Foram 11 anos no poder, venceu a Guerra das Malvinas, implantou o thatcherismo e sua doutrina neoliberal defendia a atuação do estado na economia, enfatizando as privatizações e fragilizando os sindicatos, assim a inflação foi controlada e com grande atuação ajudou a acabar com a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. No dia 8 de abril, Margaret Thatcher morre aos 87 anos vitimada por um derrame.

Luto pesado na arte de representar

 

Cleyde Yáconis (Foto: Divulgação/TV Globo) 


Ator do seriado 'Glee', Cory Monteith é encontrado morto no Canadá (Foto: AP Photo/Chris Pizzello, File) 

 

Gloria Pires e Sebastião Vasconcellos, como Floriano em Mulheres de Areia (Foto: Divulgação/TV Globo) 

2013 marcou o ponto final na carreira de muitos artistas da arte de representar. O ator Walmor Chagas começou no teatro, mas brilhou também nas telas do cinema e da TV. Walmor foi encontrado morto em sua fazenda no interior paulista em 18 de janeiro. A atriz Cleyde Yáconis morre em 15 de abril deixando grandes personagens na carreira, o último, Brígida em Passione. A americana Esther Williams (6 de junho) foi a precursora dos musicais aquáticos e por muito pouco não brilhou em Olimpíadas. O ator James Gandolfini ficou conhecido como o protagonista Tony do seriado Família Soprano e morre em 19 de junho. A combinação fatal de álcool e heroína matou o jovem Cory Monteith (13 de julho), ator do seriado Glee e a paixão por carros acabou levando Paul Walker (30 de novembro), astro da franquia Velozes e Furiosos em acidente de carro. O ator Sebastião Vasconcelos morre em 16 de julho e teve como papel de destaque o pescador Floriano em Mulheres de Areia. O ator Cláudio Cavalcanti (29 de setembro) atuou em mais de 50 novelas e 20 filmes e seu último trabalho foi no seriado Sessão de Terapia do canal pago GNT. A atriz Norma Benguel morre em 9 de outubro e foi a primeira atriz a realizar um nu frontal em Os Cafajestes. Afastado da TV por conta de um AVC Jorge Dória (6 de novembro) ficou lembrado por atuar fazendo comédia e fazer rir. Peter O'Toole (14 de dezembro) jamais ganhou um Oscar, mas sua atuação em Lawrence da Arábia merecia ser digna de Oscar e o diretor Nagisa Oshima (15 de janeiro) foi diretor do genial O Império dos Sentidos.

Ano de peso na música

  


 


 

Um ano em que vozes se calaram na música. Para a banda Charlie Brown Jr o ano ficou marcado por duas mortes de peso. A primeira delas, a do vocalista da banda Alexandre Magno Abrão, o Chorão, encontrado morto na madrugada de 6 de março e em 9 de setembro, nas mesmas circunstâncias o baixista Carlos Leão Duarte, o Champignon também é encontrado morto em seu apartamento. No dia 20 de março cala - se a voz de Emílio Santiago, que trocou a advocacia pela música e gravou 29 álbuns, sendo o mais vendido Aquarela Brasileira, de 1988 e seu hit de maior sucesso foi Saigon. No dia 28 de abril morre Paulo Vanzolini que também era zoólogo. Vanzolini é autor dos clássicos Volta por Cima e Ronda. Em 7 de julho o MC Daleste foi assassinado de forma brutal enquanto fazia um show. No dia 23 de julho morria o sanfoneiro Dominguinhos. Descoberto por Luiz Gonzaga, Dominguinhos gravou ao lado dos grandes nomes da MPB e por duas vezes ganhou o Grammy Latino. No dia 27 de outubro Lou Reed morre aos 70 anos. Reed foi o fundador da banda Velvet Underground. No dia 30 de novembro morre o produtor musical João Araújo, criador da gravadora Som Livre e pai de Cazuza e em 20 de dezembro a música brega perdia seu rei Reginaldo Rossi, autor de Garçom, seu maior sucesso que o fez ficar conhecido nacionalmente.

Adeus a grandes esportistas



Um ano de luto pesado nos esportes. Este ano ficamos desfalcados de grandes nomes. No basquete perdemos o técnico Ary Vidal (28 de janeiro), técnico da maior vitória do esporte no Pan de 87 quando vencemos os EUA dentro da casa deles. O automobilismo perdeu este ano o barão Wilson Fittipaldi (11 de março) pai do bicampeão de F1 e campeão da Indy Emerson Fittipaldi, o escocês Allan Simonsen (22 de junho), durante as 24 Horas de Le Mans, o americano Jason Leffler, piloto da NASCAR, a motociclista brasiliense Vanessa Daya, o ex- diretor de prova do GP Brasil Mihaly Hidasy, a espanhola Maria de Vilota que em 2012 perdeu o olho direito em testes da Marussia e o motociclista Doriano Romboni, o campeão olímpico de vela Andrew Simpson, os lutadores de MMA Leandro Feijão e Shane del Rosario.

Desfalques no futebol


 


Um ano em que perdemos quatro jogadores que ajudaram a ser campeões. O goleiro Gylmar dos Santos Neves e os laterais De Sordi e os geniais Djalma Santos e Nilton Santos ajudaram o Brasil nas duas primeiras conquistas. Gylmar ganhou tudo por Corinthians e Santos, De Sordi foi titular em 5 das 6 partidas da campanha do primeiro título mundial do Brasil até ser substituído na final por Djalma Santos, que foi o melhor lateral daquela Copa por sua atuação no último jogo. Nílton Santos, a Enciclopédia sabia tudo de bola e foi referência para a posição. No Uruguai tivemos as mortes de Mazurkiewicz, que foi protagonista de três lances geniais na semifinal da Copa de 70 com Pelé, Luís Cubilla e Pedro Rocha, ídolo no São Paulo.

Adeus aos baluartes da imprensa


 

2013 marcou o fim de carreira de dois grandes jornalistas que tiveram como legado a luta pela liberdade de imprensa. Ruy Mesquita (21 de maio) era diretor do jornal O Estado de S. Paulo e era responsável pelos editoriais do jornal. Roberto Civita (26 de maio) foi o criador de Veja, a mais importante revista semanal de informação do país. Ambos lutaram contra a ditadura.

Outros mortos do ano: Tatiana Belinky (15 de junho), Doris Lessing (17 de novembro), Tom Clancy (12 de novembro), Jacob Gorender (11 de junho), Scarlet Moon (5 de junho), Boris Berezovsky (23 de março), Fernando Pamplona (29 de setembro), David Frost (1º de setembro), Francesc Petit (3 de setembro), Giuliano Gemma (1º de outubro), Eric Priebke (11 de outubro), Paulinho Tapajós (25 de outubro), Antonio Firmino (12 de novembro) e Gustavo Rosa (12 de novembro).

O homem que assaltou o trem morre


Ronald Biggs que ficou conhecido por participar do Assalto ao Trem Pagador em 1963 morre aos 84 anos em 18 de dezembro. Biggs teve um filho brasileiro, Michael que fez parte da Turma do Balão Mágico.

O fim de um conciliador


Nelson Mandela lutou por um país igualitário, foi preso por 27 anos e libertado em 1990, quatro anos mais tarde foi o primeiro presidente eleito pelo voto na África do Sul. Nos últimos meses de vida lutou contra uma pneumonia que o matou em 5 de dezembro aos 95 anos. Seus funerais reuniram centenas de chefes de estado.

A retrospectiva chega ao seu fim neste domingo com o ano do futebol.

Postar um comentário

0 Comentários