Retrospectiva 2012: A Olimpíada das lendas e da melhor participação brasileira

Antes de mais nada, queria pedir desculpas a meus leitores e parceiros por não postar nada, pois nos últimos três dias fiquei sem acessar a internet pois as forças da natureza queimaram meu modem da GVT pela segunda vez em 20 dias e toda a programação da retrospectiva sofreu atrasos, por isso vou colocar tudo em ordem neste fim de semana.

Dando continuidade à retrospectiva vamos relembrar hoje os Jogos Olímpicos de Londres. A Olimpíada dos recordes, da consagração de Usain Bolt, do adeus de Michael Phelps e da melhor participação brasileira em Olimpíadas.




Estádio Olímpico recebeu o mundo e delegação brasileira entra ovacionada

Londres recebeu o mundo de braços abertos para a maior festa do esporte mundial. A cerimônia de abertura mostrou isso: uma variada salada cultural com direito a um salto de paraquedas da rainha Elizabeth, não a verdadeira e um show de Paul McCartney. A pira olímpica com 204 ramos foi acesa por um grupo de crianças. E os anfitriões não fizeram feio, pelo contrário se orgulharam com a campanha obtida em Londres com 29 medalhas de ouro, 17 de prata e 19 de bronze.

Michael Phelps no olimpo


Michael Phelps superou a russa Larissa Latynina e se tornou o maior medalhista de todos os tempos

Londres representou o adeus de Michael Phelps. O ás das piscinas teve um começo tímido, mas ele chegou lá e com mais seis medalhas se tornou o maior medalhista olímpico em todos os tempos. Em Londres Phelps conquistou quatro medalhas de ouro e duas de prata somando as 6 conquistadas com as 16 das olimpíadas de Atenas e Pequim tendo no total 22 medalhas. Realmente ele se tornou um Deus das piscinas.

O raio que caiu duas vezes no mesmo lugar



Usain Bolt repetiu a façanha e se tornou lenda ao bisar o feito de Pequim

O jamaicano Usain Bolt voltou a atacar. Agora, acompanhado de Yohan Blake e cia, Bolt conquistou três medalhas nas mesmas provas de Pequim: nos 100 e 200 m rasos e no revezamento 4 x 100 com recorde mundial. Ele prometeu e cumpriu, e já avisou que virá ao Brasil em 2016 para conquistar mais medalhas. É esperar pra ver.

Uma participação animadora

O Brasil alcançou em Londres sua melhor coleção de medalhas. Foram 17, mas em finais, uma diminuição de 41 finais em Pequim para 35. Mesmo assim, o país acabou ficando em 22º lugar no quadro de medalhas com 3 medalhas de ouro, 5 de prata e 8 de bronze. E em Londres passamos de 100 medalhas conquistadas desde 1920. Com as 17 medalhas de Londres o Brasil soma 108 no total em 92 anos de participação olímpica.

A guerreira de ouro



Sarah Menezes mostrou força e arrancou para o ouro inédito no judô feminino

Logo no primeiro dia de disputas, o Brasil chegou a liderar o quadro de medalhas e a responsável pelo feito foi a judoca Sarah Menezes. A piauiense nascida em Teresina orgulhou um país ao conquistar uma inédita medalha de ouro pro judô feminino na categoria até 48 quilos. Sarah veio mais experiente depois da eliminação na estreia em Pequim e uma a uma as adversárias foram caindo e na final veio a consagração com um yuko e um wazari sobre a romena Alina Dumitru. Sarah Menezes se juntava a Aurélio Miguel e Rogério Sampaio na galeria dos campeões olímpicos da modalidade.




Rafael Silva foi a grande surpresa do judô, Mayra Aguiar buscou na garra um bronze com sabor de ouro e Felipe Kitadai ganhou no dia de seu aniversário seu maior presente, a medalha de bronze

A campanha do judô brasileiro em Londres foi a melhor em todos os tempos. Foram quatro medalhas. Além do ouro de Sarah Menezes, o país trouxe três medalhas de bronze com Felipe Kitadai nos ligeiros, aliás a primeira medalha brasileira em Londres, Mayra Aguiar nos meio pesados e Rafael Silva, o Baby nos pesados. Nossas esperanças estavam depositadas em Leandro Guilheiro e Tiago Camilo, mas os dois foram vítimas de judocas que anularam seus golpes e usaram um judô de resultados. O judô rendeu uma polêmica e tanto com Rafaela Silva, desclassificada por um golpe ilegal na adversária, foi alvo de xingamentos racistas no Twitter.

Scheidt não falha nunca


Robert Scheidt conquista sua quinta medalha e pode se despedir com mais uma no Rio

O nosso maior velejador nunca voltou de mãos vazias de uma Olimpíada. E em Londres, Robert Scheidt cumpriu a promessa. Ao lado de Bruno Prada conquistou a medalha de bronze na classe Star. Com o bronze, Scheidt soma cinco medalhas, sendo duas de ouro. Para 2016 no Rio de Janeiro, Scheidt pode voltar a velejar na Laser onde se consagrou e poderá fechar um ciclo vitorioso.



Basquete masculino terminou a Olimpíada em quinto e meninas do handebol chegaram perto da medalha, mas ficaram pelo caminho

Em Londres o Brasil deixou boas impressões no basquete masculino. Depois de 16 anos ausente dos Jogos Olímpicos, o país fez uma boa campanha sob o comando de Rúben Magnano. O time passou pela primeira fase em segundo lugar. Venceu Austrália e Grã Bretanha no sufoco, contra a Rússia o Brasil ganhava o jogo, mas a 3 segundos do final um arremesso certeiro de três pontos de Vitaly Fridzon deu a vitória aos russos. Depois vieram as vitórias contra a China e Espanha, mas nas quartas de final paramos na eterna rival Argentina. O saldo foi positivo apesar do quinto lugar. O handebol feminino também surpreendeu em Londres. O sonho da medalha inédita parou na Noruega, campeã mundial numa derrota doída, mas é um sinal de que em 2016 venha a medalha.

Enfim, a medalha


Thiago Pereira conquista sua medalha depois de três tentativas

Thiago Pereira enfim ganhou sua medalha olímpica. O maior medalhista brasileiro em Jogos Pan Americanos  conquistou a medalha de prata nos 400 m medley deixando Michael Phelps para trás.

O senhor dos anéis






Arthur Zanetti brilhou nas argolas e deu o ouro inédito pra ginástica brasileira

Antes da Olimpíada ninguém conhecia Arthur Zanetti, mas os resultados obtidos em torneios o credenciavam como forte candidato à medalha nas argolas. Na manhã de 6 de agosto na North Greenwich Arena, Arthur Nabarrete Zanetti escrevia seu nome definitivamente na galeria dos campeões olímpicos brasileiros com uma apresentação perfeita nas argolas conquistando um ouro inédito pra ginástica artística brasileira. Ele compensou as decepções de Diego Hypólito e Daiane dos Santos que se despedem das Olimpíadas. Outra promessa brasileira pra 2016 é Sérgio Sasaki, 10º melhor ginasta do mundo no geral.

Prata e bronze nas areias



Juliana e Larissa compensaram a decepção de Pequim trazendo o bronze, já Emanuel e Alisson trouxeram a prata

Nas areias o Brasil trouxe duas medalhas. No vôlei de praia feminino, Juliana e Larissa trouxeram a medalha de bronze e no masculino, Alisson e Emanuel chegaram à final, mas pararam na dupla da Alemanha e ficaram com a medalha de prata.

As decepções



Fabiana Murer culpou o vento pelo fracasso e Cielo nadou muito, mas morreu na praia

Nem sempre tivemos vitórias, também tivemos decepções. César Cielo viu seu reinado desabar em lágrimas nos 50 m livre ao ficar com a medalha de bronze, já Fabiana Murer fez pior. Campeã mundial indoor e outdoor acabou não passando de 4,55 m e foi eliminada nas eliminatórias. Para justificar o fracasso, ela culpou o vento forte. Já a seleção feminina de basquete passeou e ficou de fora da briga das medalhas com uma ridícula campanha de quatro derrotas em cinco partidas. E a seleção de futebol feminino mesmo com Marta não passou das quartas de final e pela primeira vez ficou de fora da briga por medalhas.

A ressurreição do boxe



Irmãos Falcão foram a sensação do boxe na Olimpíada

O boxe brasileiro foi a sensação da Olimpíada. Depois de 44 anos de jejum o esporte trouxe três medalhas de uma só vez. A baiana Adriana Araújo trouxe um bronze inédito no boxe feminino, a centésima medalha na história e inaugurou o caminho do sucesso.

Dois lutadores de uma mesma família orgulharam o Brasil em Londres. Os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão, filhos de Touro Moreno fizeram bonito e ajudaram o Brasil a obter seu melhor resultado no esporte. Yamaguchi ficou com o bronze na categoria até 75 kg, já Esquiva se tornou o primeiro brasileiro a disputar uma final olímpica e ficou com a medalha de prata na categoria até 81 kg.

Uma medalha surpreendente no apagar das luzes


Yane Marques deu show e ficou com a medalha de bronze

No último dia de competições das Olimpíadas o Brasil ainda teve mais uma medalha surpreendente com Yane Marques. Ela conquistou a medalha de bronze no pentatlo moderno, uma medalha inédita para o esporte brasileiro.

Vôlei da redenção e da superação




Meninas do vôlei deram exemplo de superação e ganharam o bicampeonato, já os homens pararam em Muserskiy e ficaram com a prata depois de desperdiçarem dois match points

O vôlei brasileiro mostrou em Londres exemplos de superação tanto no masculino como no feminino. O time masculino mostrou vontade e superação, chegou à final e poderia ter levado a medalha de ouro, faltou aquele pontinho para fechar a fatura, mas a Rússia virou o jogo graças a Dmitri Muserskiy, que virou oposto e acabou sendo o herói da conquista russa. O Brasil acabou ficando com a prata.

Já as mulheres deram uma aula de perseverança e superação. Desacreditadas, as meninas se uniram num pacto pelo ouro, não perderam mais e chegaram lá. A superação começou depois da derrota para a Coreia do Sul, o time venceu China e Turquia se classificando em quarto, nas quartas de final um duelo épico contra a Rússia depois de salvar seis match points e uma vitória histórica, a arrancada para o ouro, na semifinal um passeio sobre a seleção do Japão. Na final, as americanas. Depois de um péssimo primeiro set, o Brasil reagiu, virou e fechou o jogo em 3 sets a 1. Um ouro histórico para José Roberto Guimarães que é tricampeão olímpico no võlei.

E não deu de novo pro futebol



Nem o talento de Neymar deu sorte e seleção ficou com a prata

Mais uma vez a medalha de ouro tão sonhada no futebol ficou pelo caminho. Com a geração de Neymar, Damião, Lucas e cia, o Brasil tinha tudo pra conquistar o ouro. A campanha até a final tinha sido perfeita. O México acabou sendo o algoz da vez. O sonho do ouro começou a ruir com menos de um minuto com o gol de Oribe Peralta, o mesmo que faria o segundo gol no segundo tempo. A medalha de prata acabou sendo o estopim para a queda de Mano Menezes.

Record faz cobertura sem exageros, mas com pouca repercussão


Record fez cobertura correta, mas repercussão foi apenas mediana

Detentora dos direitos de transmissão em TV aberta no Brasil a Rede Record fez uma boa transmissão das Olimpíadas, inclusive liderando em alguns horários. Diferente da cobertura feita em olimpíadas anteriores pela Globo, a emissora de Edir Macedo transmitiu centenas de modalidades, mas não deixou de cometer algumas gafes. Logo na cerimônia de abertura, a jornalista Ana Paula Padrão citou "Jornal da Globo" em pleno Jornal da Record, no dia seguinte foi a vez de Mylena Ciribelli soltar um palavrão numa falha de áudio. Da equipe de 320 profissionais que foram enviados à Inglaterra, destaque para Maurício Torres e Lucas Pereira entre os narradores, Álvaro José, referência em esportes olímpicos e Romário, o melhor dos comentaristas que foi profético ao criticar Mano Menezes. Mesmo tendo feito um bom trabalho a repercussão foi apenas razoável. Agora a emissora se prepara para um novo ciclo olímpico. A Globo mesmo sem os direitos fez a cobertura jornalística usando imagens do COI sem o logotipo da emissora concorrente.

As Olimpíadas não passaram em branco aqui no Blog de knunes. Numa cobertura integrada com o FC Gols e o Blog Olímpico iniciada em 2 de julho trouxemos aos leitores toda a preparação final, apresentamos os atletas que representaram o Brasil, os 20 astros olímpicos na contagem regressiva, as sedes e nos quadros O Belo do Sábado e A Bela do Domingo trouxemos perfis de alguns atletas que representaram o Brasil. Durante os Jogos Olímpicos fizemos resumos diários com ênfase na participação brasileira e os destaques além do quadro de medalhas atualizado e o click olímpico do dia.

Agora é a nossa vez


No encerramento da Olimpíada de Londres o Brasil apresentou o que tem de melhor ao mundo

Daqui a quatro anos o Brasil será o centro das atenções olímpicas. Uma amostra do que o mundo espera daqui a quatro anos foi apresentada na cerimônia de encerramento de Londres 2012. Rio 2016 é o próximo destino do movimento olímpico. Só que antes mesmo dos jogos começarem, o primeiro vexame. Funcionários do comitê organizador foram acusados de furtar dados dos jogos de Londres. E as obras seguem a todo vapor.

A retrospectiva continua ainda hoje com o que de melhor aconteceu nos esportes.

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1 Comentários

Kleber Nunes disse…
Londres 2012 foi mesmo uma olimpíada diferente de tudo, em se tratando de cobertura da TV aberta. Depois de tanto tempo sendo transmitida pela Globo, a Record fez um bom trabalho. E a pergunta que fica: depois da Olimpíada que evento a emissora transmitiu? Nenhum. Fico com pena de profissionais como Lucas Pereira, Álvaro José e tantos outros ficarem inativos, pôxa então eles usaram o evento pra provocar a Globo?