Retrospectiva 2020: No ano da pandemia os reis das pistas

Kleber Nunes
By -
0

A retrospectiva prossegue e o esporte agora é quem dá as caras. E começamos em altíssima velocidade. Assim como tudo que parou as categorias se adaptaram à esses tenebrosos tempos pandêmicos e conseguiram realizar seus campeonatos. Na Fórmula 1 um ano histórico com Lewis Hamilton chegando ao hepta e superando Schumacher nas vitórias, na Indy mais um título pra conta de Scott Dixon e a NASCAR assiste ao fim de uma e o começo de outra era.

Lewis Hamilton, o maior piloto da história da Fórmula 1



Lewis Hamilton escreve a história e se sagra heptacampeão numa temporada totalmente atípica

Em 2020 a Fórmula 1 completou 70 anos e estava tudo preparado em março para a realização do primeiro GP do ano na Austrália, mas foi justamente naquele fim de semana de março que a pandemia estourou. Dois funcionários da equipe McLaren testaram positivo e a corrida foi cancelada quando os pilotos já estavam no circuito de Albert Park. A partir de então a categoria viveu meses de espera e foi somente no começo de julho que finalmente começava seu campeonato. A solução que os cartolas da Liberty e a FIA encontraram foi fazer um campeonato só com corridas na Europa e no Oriente Médio. Com isso corridas na Ásia e nas Américas ficariam de fora. Circuitos tiveram de receber rodadas duplas em dois fins de semana seguidos, casos do circuito de Spielberg na Áustria que recebeu as duas primeiras corridas do ano, o GP da Áustria e o GP da Estíria, nome da região que abriga o circuito. Silverstone recebeu duas corridas sendo uma delas a corrida dos 70 anos. Além disto pistas clássicas que já fizeram parte do calendário como Ímola e Nurburgring voltaram e outras como o circuito do Algarve em Portimão fizeram sua estreia. E a Mercedes mostrou logo sua força nas duas primeiras corridas. Valtteri Bottas venceu na abertura, mas a partir daí Lewis Hamlton começava a se destacar. Venceu o GP da Estíria, o GP da Hungria e no GP da Inglaterra uma vitória com apenas três rodas, isso porque na última volta o pneu dianteiro esquerdo estourou e mesmo assim arrastou o carro e venceu a prova. No GP comemorativo a vitória foi de Max Verstappen. Hamilton voltou a vencer no GP da Espanha e no GP da Bélgica. Naquele momento ele atingia 89 vitórias e estava a duas de igualar a marca de Michael Schumacher. Então veio o GP da Itália em Monza e a corrida foi maluca. Depois que a prova foi interrompida em bandeira vermelha Hamilton acabaria sendo punido e viu a chance de chegar a 90ª vitória ir por água abaixo. Pierre Gasly assumiu a ponta e levou a vitória pra Alpha Tauri e de quebra se tornou o primeiro francês desde Olivier Panis em Mônaco 1996 a vencer uma prova. Na corrida seguinte em Mugello no GP da Toscana outra corrida maluca e no fim a vitória 90 da carreira de Hamilton. A primeira chance de igualar Schummy parou na Rússia, mas em Nurburgring no GP do Eiffel Hamilton igualou a marca chegando a 91 vitórias na categoria e ele recebeu de Mick Schumacher, filho do heptacampeão o capacete. Em 25 de outubro Hamilton que já era um dos maiores se tornou definitivamente o maior vencedor de todos os tempos com a vitória no GP de Portugal. Ele venceria os GPs da Emília Romanha, Turquia e Bahrein. O título veio no GP da Turquia quando contou com a sorte e levou a prova. Ele ficaria de fora do GP do Sakhir por ter testado positivo pra Covid-19. O inglês George Russell o substituiu e só não venceu porque a equipe se atrapalhou num dos pit stops e a vitória caiu no colo do mexicano Sergio Perez e no encerramento em Abu Dhabi a vitória foi de Max Verstappen. A Ferrari teve um ano pra esquecer e um carro que fracassou bonito. Charles Leclerc e Sebastian Vettel sofreram com um carro mal nascido e não fez frente ao poderio da Mercedes. Vettel acabou pedindo as contas e ano que vem vai pilotar pela Racing Point. 


Romain Grosjean escapou de morrer em acidente assustador no Bahrein: tecnologia da segurança salvou sua vida

A temporada ficará marcada por um acidente grave que felizmente terminou sem sustos. No GP do Bahrein logo depois da largada o francês Romain Grosjean da Haas foi tocado por Daniil Kyvat e seu carro foi de encontro ao guard rail. O carro se dividiu em dois e o tanque de combustível explodiu gerando um incêndio assustador. Grosjean conseguiu escapar do carro em chamas após 29 segundos e foi salvo tendo apenas queimaduras nas mãos, o que prova a evolução da segurança. Além de ter sido salvo o halo evitou que tivesse ferimentos fatais. O francês foi substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi que mesmo tendo andado bem não ficará com a vaga de titular na equipe. O russo Nikita Mazepin e o alemão Mick Schumacher que foi campeão da Fórmula 2 serão os dois titulares da Haas. No Brasil o grupo Globo anunciava em agosto que não iria mais transmitir as corridas, então o consórcio Rio Motorsport assumia os direitos, mas o grupo de caloteiros desistiu do negócio quando não conseguiu apresentar as garantias financeiras à Liberty. Esse mesmo consórcio fajuto queria construir um autódromo na região de Deodoro em prazo recorde para sediar o GP Brasil no Rio de Janeiro, mas a obra foi embargada por irregularidades e falta de estudo ambiental. Pra alívio dos fãs a corrida foi mantida em Interlagos por mais cinco anos e passa a se chamar GP de São Paulo. Ainda na briga para ter os direitos o SBT chegou a ser sondado junto da Disney. A resposta para quem será o detentor dos direitos de transmissão fica pro começo de 2021 quando será lançado no Brasil o F1TV, dispositivo de streaming para várias plataformas. 

Dixon é hexa na Indy



Scott Dixon levou mais um título da Indy pra casa e em uma prova atípica Takuma Sato é bi da Indy 500

Na Indy o ano foi de Scott Dixon. O Monstrinho da Velocidade teve um começo de temporada arrasador e passou por uma fase oscilante, mas sempre regular. Assim como todas as categorias a Indy começou em junho com o GP do Texas onde Dixon venceu com sobras, assim como a rodada dupla do circuito de Indianápolis. A partir da etapa de Iowa começava a reação de Josef Newgarden que venceria a primeira de duas corridas. A edição deste ano das 500 milhas de Indianápolis foi realizada em agosto e sem presença de público e foi vencida pela segunda vez pelo japonês Takuma Sato. Dixon venceria mais uma corrida e mesmo oscilante somava pontos enquanto Newgarden seguia tirando a diferença. Assim Dixon e Newgarden chegaram à batalha final nas ruas de Saint Petersburg com chances. Na corrida Newgarden fez seu papel, venceu a corrida mas Dixon chegou na terceira posição, o suficiente pra se sagrar hexacampeão da categoria. O Brasil teve participação discreta pois não tivemos nenhum piloto correndo em tempo integral. Hélio Castroneves e Tony Kanaan correram algumas corridas nos ovais sem grandes resultados e os dois estarão ano que vem. Helinho assinou com a Meyer Shank onde correrá seis corridas e Tony adiou a aposentadoria para correr nos ovais em 2021 na equipe Chip Ganassi onde irá correr o heptacampeão da NASCAR Jimmie Johnson que correrá nos circuitos mistos. Num ano impactado pela pandemia não houve tempo hábil para testes maciços do aeroscreen, mas a proteção pro cockpit passou no teste. Num ano em que Dixon e Newgarden duelaram até o fim surgiram novos pilotos de talento como o mexicano Pato O'Ward que no seu segundo ano merecia melhor sorte, o americano Colton Herta que vem evoluindo, o espanhol Alex Palou e o holandês Rinus VeeKay, o rookie da temporada.  Neste ano transmitiram a categoria no Brasil o DAZN e o grupo Bandeirantes que de última hora conseguiu um acordo e mostrou as provas no Band Sports sendo a Indy 500 também exibida em TV aberta pela Band. 

Troca de bastão na NASCAR


Chase Elliott se supera nas provas finais e repete o feito do pai num ano que JJ disse adeus depois de sete títulos

Na NASCAR o título deste ano ficou com Chase Elliott. Numa temporada atípica o piloto da Hendrick foi o melhor se superando num ano em que parecia ser de novo domínio dos carros da Joe Gibbs em especial Denny Hamlin que começou o ano vencendo as 500 milhas de Daytona que foi disputada numa segunda feira de fevereiro e que foi marcada pelo acidente assustador de Ryan Newman que sobreviveu. A temporada vinha normal até estourar a pandemia e quando a categoria voltou em maio se adaptou a todos os protocolos de segurança e foi então que Kevin Harvick passou a dominar e vencer corridas, por conta disto foi o campeão da temporada regular. Na fase de playoffs vários favoritos ficaram pelo caminho entre eles o campeão de 2019 Kyle Busch que foi eliminado na segunda linha de corte mas não passou o ano em branco vencendo na etapa do Texas que esperou três dias pra ser realizada devido às chuvas insistentes. Na última linha de corte ficaram Denny Hamlin, Joey Logano, Brad Keselowski e Chase Elliott. Harvick, mesmo tendo mais vitórias na temporada acabou ficando de fora. A decisão foi em Phoenix e Chase Elliott que largaria na pole foi punido na pré inspeção técnica e largou no fim do pelotão. Na corrida escalou o pelotão e chegou à liderança passando Joey Logano e venceu a prova conquistando o título igualando o feito do pai, Bill Elliott que foi campeão em 1988. A temporada foi marcada pelas despedidas de Jimmie Johnson, o heptacampeão que não se classificou pros playoffs e Clint Bowyer que vai virar comentarista de TV. Também foi marcante o ato contra o racismo que envolveu o piloto Bubba Wallace em Talladega que causou comoção.

Festa portuguesa na Fórmula E

Antonio Félix da Costa domina temporada dos carros elétricos e vira herói na terrinha

Na Fórmula E o título foi do português Antonio Félix da Costa. Numa temporada totalmente atípica o piloto da equipe DS Techeetah levou o título num ano em que dominou o campeonato e venceu a guerra com o francês e bicampeão Jean Eric Vergne. Félix da Costa assumiu a liderança do campeonato na etapa de Marrakesch no Marrocos foi quando veio a pandemia que adiou etapas e o campeonato só voltou em agosto para a conclusão em Berlim com seis corridas em oito dias. E foi em Berlim que Félix da Costa guiou como nunca. Venceu duas corridas e o título foi garantido na quarta corrida. O belga Stoffel Vandoorne foi o vice campeão. Lucas di Grassi foi o brasileiro mais bem colocado terminando em sexto, Felipe Massa fez apenas três pontos e deixou a equipe Venturi no fim da temporada e Sérgio Sette Câmara disputou as seis corridas em Berlim não pontuando em nenhuma. A próxima temporada já com o aval da FIA começará em janeiro com a rodada dupla em Santiago no Chile.

Como foi o ano automobilístico por aqui


Ricardo Maurício cresceu na reta final e levou o tri da Stock Car e Beto Monteiro foi soberano ficando com o bicampeonato da Copa Truck

O automobilismo nacional só retornou em junho enquanto o Brasil atingia o pico da pandemia. Primeiro foi a Copa Truck que voltou no último fim de semana de junho com a rodada dupla em Cascavel. A categoria dos possantes foi ganha por Beto Monteiro. O pernambucano venceu cinco corridas dentre elas a primeira bateria da decisão e se sagrou bicampeão além de ter ganho a Copa Centro Oeste. Na Stock Car um campeonato equilibrado e no fim Ricardo Maurício arrancou pro título com uma vitória em Goiânia e chegar em Interlagos em excelentes condições. Fez a pole e venceu de ponta a ponta a etapa final faturando o tricampeonato e se igualando a outros tricampeões como Chico e Daniel Serra. Pra 2021 as duas categorias ganharão mais visibilidade em TV aberta sendo transmtidas pela Band e no YouTube para todo o planeta e a Stock terá novas equipes e pilotos chegando, um deles Felipe Massa que depois de correr na Fórmula 1 e na Fórmula E volta ao Brasil para disputar as corridas da categoria. 

Postar um comentário

0Comentários

Não serão aceitos comentários preconceituosos, racistas e ofensivos, pois os mesmos serão DELETADOS.

Postar um comentário (0)
MENSAGEM POR UM 2025 CHEIO DE ESPERANÇAS

MENSAGEM POR UM 2025 CHEIO DE ESPERANÇAS

MAIS UM ANO VAI EMBORA E OUTRO ANO CHEGA, É ASSIM E DEPOIS DE UMA VOLTA COMPLETA EM TORNO DO SOL O PLANETA TERRA COMEÇA…

By -

#buttons=(Ok, Go it!) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência.Ver Agora
Ok, Go it!