A retrospectiva continua e agora é hora de falarmos sobre a televisão brasileira em 2023. O ano foi agitado nos bastidores com inúmeras demissões e corte de custos.
Faustão sai de cena em ano de poucos investimentos
No dia 18 de maio uma notícia abalou os bastidores da TV. Fausto Silva decidiu deixar a Band e consequentemente encerrar o Faustão na Band. Após um ano e meio no ar e mesmo com os investimentos pesados não resultaram em audiência. A saída em comum acordo encerrou a segunda passagem pela emissora. Três meses depois o apresentador passou por um transplante de coração. Faustão ficou internado devido ao quadro de insuficiência cardíaca e entrou na fila para ser transplantado. O doador apareceu e o transplante foi um sucesso, desde então ele vem se recuperando e não há previsão de quando ele vai voltar se e que ainda pretende voltar, o fato e que 2023 pode ter sido o fim da carreira de um dos maiores comunicadores dos últimos tempos na TV. E a sucessão já começou pois o filho João Guilherme ganhou um programa solo nas noites de sábado que leva o seu nome. No lugar do Faustão a emissora lança em agosto o Melhor da Noite sob o comando de Zeca Camargo e Glenda Koslowski que deixa o esporte da emissora, falando em esporte a emissora obtém os direitos de transmissão da Série B e do Carioca, já a Fórmula 1 tem baixos indices de audiência. O Jornal da Band foi repaginado e estreia em junho novo cenário e pacote gráfico e Adriana Araújo assume a bancada ao lado de Eduardo Oinegue. Milton Neves deixou a emissora e o Terceiro Tempo deu lugar ao Apito Final, o Perrengue ganha versão diária. O pastor R.R Soares deixou a programação e o Show da Fé saiu do ar por falta de pagamento. assumindo no lugar uma nova igreja.
Nada de novo no canal que não decola
No ar há 24 anos a Rede TV! é mais notada pelas excentricidades do que ter uma programação decente e por isso mesmo não decola na audiência, por outro lado segue colecionando polêmicas sendo o principal chamariz o programa de fofocas A Tarde é Sua de Sônia Abrão e nesse ano ela comprou briga com Patrícia Poeta junto do colunista Alessandro Lo-Bianco e ambos foram acusados de espalhar fake news e agora o programa tem na sua roda da fofoca Aaron Tura, aquele que espalhava fake news o TV Foco e olha, com essa corja juntos se merecem. O ano teve a saída de Sikera Junior e o consequente fim do Alerta Nacional e em seu lugar entrou a Sessão Dorrama com novelas da Coreia do Sul e o policial Hora de Ação, a volta do Teste de Fidelidade com Joao Kleber. Amaury Júnior deixou a emissora e Geraldo Luís foi contratado e faz sua estreia em outubro com o game show patrocinado por uma empresa farmaceutica.
A mais antiga emissora de TV em atividade no país não teve muitos motivos pra comemorar suas sete décadas de existência. A Record teve um ano que seus programas não foram bem em audiência. Pra mudar sua imagem o canal passou a ter a nomenclatura RecordTV abolida e em 6 de novembro o logotipo foi levemente repaginado. Na programação o canal passou por uma reestruturação com o fim dos realities como Ilha Record e Power Couple virando A grande conquista e as novelas bíblicas agora supervisionadas por Cristiane Cardoso não empolgam o publico.
Mas o fato que marcou o ano da Record foi o festival de demissões com o intuito de equilibrar custos. Entre julho e dezembro muitos profissionais foram demitidos sob alegação de baixo salário e baixo desempenho profissional. Na lista estão nomes como os de Janine Borba, Lucas Pereira, Marcos Hummel que inclusive ganhou ação na justiça que movia contra a emissora e receberá R$ 2,5 milhões, Lucas Pereira, Roberta Piza, Patrícia Costa, Thalita Oliveira e Mylena Ciribelli que chegou a ser demitida em passaralho no mês de julho, mas em dezembro foi dispensada de vez. Um outro nome que deixou a emissora é César Filho que não renovou contrato saindo depois de 9 anos e segundo informações de colunistas a jornalista Rachel Sheherazade pode assumir o comando do Hoje em Dia. Rachel causou polêmica numa edição sem empolgar da Fazenda e acabou sendo expulsa do reality. O humorista Tom Cavalcante assinou contrato e volta a emissora depois da sua primeira passagem entre 2004 e 2011.
Afundado na crise, mas tentando reagir com novos reforços
O SBT teve um ano pra esquecer. A emissora de Silvio Santos viveu tempos complicados e uma forte crise de identidade pois as audiências foram fortemente derrubadas levando aos mais baixos índices de seus 42 anos de história e o dia 24 de junho foi o dia que as audiencias foram no chão com medias baixíssimas na casa dos 2 pontos e nem mesmo as mudanças promovidas por Daniela Beiruty mudaram as coisas. A novela infanto juvenil A História de Romeu e Julieta fracassou feio sendo engolida pelas novelas bíblicas da Record, o Fofocalizando perdeu força e corre risco de não emplacar 2024 e o veterano Raul Gil teve seu tempo de arte do seu programa reduzido atendendo um pedido seu e o Casos de Família saiu do ar e o ano teve a saída em junho de Dudu Camargo que fazia o Primeiro Impacto pois sua saída foi digamos inusitada pois uma toalha defecada foi o motivo da saida, outra baixa foi a saída de Fernando Pelegio que deixou o cargo de diretor de planejamento artístico, por outro lado vieram nomes para reforcar a programação como o narrador esportivo Cléber Machado que neste ano deixou a Globo e fez uma passagem relâmpago na Record se tornando o titular da equipe, outros reforços foram os de Benjamin Back, Virginia Fonseca, Tirulipa, Lucas Neto, Michelle Barros e Regina Volpato que retorna a emissora depois de 15 anos e que neste ano deixou a apresentação do Mulheres da TV Gazeta (Pamela Domingues e Regiane Tapias assumiram o comando do feminino). Esses reforços deverão estrear novos programas em 2024. E pra finalizar, vale destacar a evolução de Patrícia Abravanel que assumiu o comando do Programa Silvio Santos mostrando que está preparada pra suceder o pai e falando nisso o animador pode voltar a TV ano que vem e ele deu essa declaração a jornalistas no dia que comemorou 93 anos em dezembro.
Cortes no jornalismo e novelas patinando na audiência
Na Globo 2023 foi ano de redução de gastos com um festival de dispensas que passaram por todas as áreas e a lista é extensa: saíram o diretor de entretenimento Ricardo Waddington, o narrador Cléber Machado, repórteres como Fabio Turci, César Galvão, Flávia Januzzi, Marcelo Canellas, Regis Rosing, Giovana Teles entre outros. Na Globo Brasília tivemos as saídas de nomes de peso como Fábio William, Márcia Witczak e Giuliana Morrone.
Um outro assunto que deu o que falar foi a crise de relacionamento entre Patrícia Poeta e Manoel Soares que acabou deixando o Encontro e segundo os bastidores a atração pode sair do ar em 2024 pois a intenção da emissora é unificar as super manhas.
Já nas novelas tivemos momentos distintos. No horário das 18 horas tivemos entre março e setembro a novela Amor Perfeito que teve a melhor média de audiência desde Éramos Seis com grande destaque para Mariana Ximenes que brilhou na pele da vilã Gilda. Em setembro estreou a nova versão de Elas por Elas que acabou por derrubar os indices no horário. o horário das 19 horas a novela Vai na fé que ficou no ar de janeiro até agosto foi sucesso de público e crítica com uma trama que agradou por conta da ascensão social dos negros. Dentre os destaques Sheron Menezzes no papel da protagonista Sol, José Loreto como Lui Lorenzo, Regiane Alves no papel da advogada Clara, Emílio Dantas como o vilão Téo e a revelação Clara Moneke como Kate. Em agosto estreou Fuzuê, mas nem as modificações feitas pelo autor Gustavo Reiz surtiram efeito na audiência que segue baixa passando a ser a novela das 7 menos vista da história da emissora.
No horário das 21 horas o ano começou com Travessia, mas a novela de Gloria Perez foi um fiasco e saiu do ar em maio para dar lugar a Terra e Paixão de Walcyr Carrasco. Dentre os destaques as atuações dos veteranos Tony Ramos e Glória Pires, a atuação esforçada de Barbara Reis como a protagonista Aline e o relacionamento homoafetivo entre Ramiro (Amaury Lorenzo) e Kelvin (Diego Martins).
Três programas criados em 1973 comemoraram a seu jeito 50 aos de existência: Globo Repórter, Fantástico e Esporte Espetacular comemoraram meio século com séries especiais e documentários especiais, nos realities o The Voice encerrou sua trajetória e o Big Brother foi vencido por Amanda Martins. Já o Pipoca da Ivete sairá do ar sem deixar saudades, ou seja a atraçaõ que era ruim ficou pior.
Nos canais de noticias a liderança ainda é da GloboNews que reforçou seu time com a contratação da jornalista Daniela Lima que deixou a CNN, mas por outro lado houve a demissão da jornalista Cecilia Flesch por ter feito criticas à cobertura política e econômica. Na Jovem Pan houve saídas de gente que ainda defendia o ex-presidente Jair Bolsonaro e ainda teve a saída polêmica de Tiago Pavinato, no Band News TV destaque para Reinaldo Azevedo com o É da Coisa que vem roubando pontos da concorrência, na CNN o canal promoveu mudanças e acabou com vários programas que não agradaram na audiência e na Record News destaque para a passagem curta, mas marcante de Nyvienn Reis como apresentadora de telejornais entre 19 de abril e 4 de setembro quando esteve à frente do News das 10. A radialista havia saído da Alpha em 14 de abril, teve sua experiência na TV, decidiu sair e em 4 de dezembro volta pra Alpha FM.
A seguir as frases mais impactantes do ano.
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