Ouro histórico de Ítalo Ferreira e bronze espetacular na natação impulsiona Brasil no quadro de medalhas

Kleber Nunes
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Enfim saiu o ouro e o Brasil entra no clube dos países que já ganharam a medalha de ouro nestas Olimpíadas. O dia ainda teve um bronze surpreendente na natação e vitórias importantes nos coletivos nesse que já é o melhor início em todos os tempos em uma edição olímpica.

Ítalo faz história e conquista ouro inédito no surfe

Jonne Roriz/COB, Getty Images (2), Lisi Niesner/Reuters e André Durão/ge





A praia de Tsurigasaki foi palco nesta terça feira de um momento histórico no esporte brasileiro e mundial. Na estreia do surfe como modalidade olímpica o Brasil sobe no lugar mais alto do pódio com Ítalo Ferreira, atual campeão mundial e agora primeiro campeão olímpico do surfe. E foi um dia épico que começou nas quartas de final onde não tomou conhecimento do surfista local Hiroto Ohara. Um aéreo logo no começo valeu a ele a maior nota da Olimpíada com 9.73. Gabriel Medina vencia na bateria o francês Michel Bourez e ambos avançaram às semifinais. Medina encarou o japonês Kanoa Igarashi e tudo caminhava para ele ir para a final quando Kanoa conseguiu uma manobra sensacional levando a virada e ele foi pra disputa da medalha de bronze, já Ítalo passou pelo australiano Owen Wright em disputa apertada. Na disputa do bronze Medina acabou superado por Wright e terminou em quarto lugar numa bateria emocionante decidida no fim onde ele tentou uma onda que levasse à virada, mas ela não veio. Frustrado ele fez duras críticas aos juízes dizendo que tem coisas que não dá pra entender. Nas redes sociais choveram uma nuvem de críticas aos juízes. Na grande final a conquista de Ítalo começou com um drama. Ao tentar uma manobra a prancha quebrou e ele teve de trocar a prancha, mas depois emendou duas boas ondas que renderam boas notas e faltando 16 minutos ele conseguiu um aéreo que selou a conquista porque Kanoa àquela altura teria de conseguir a combinação pra virar. Com o ouro já sacramentado Ítalo conseguiu 7,37 e restou a Kanoa aceitar a derrota. Festa na praia e alegria para Baía Formosa, cidade onde aprendeu a surfar com o isopor que o pai pescador usava pra vender peixe e sem deixar as origens começou a treinar e de lá saiu o mais novo campeão olímpico brasileiro que é um dos mais talentosos surfistas do circuito tendo o seu ápice a conquista do título mundial em 2019. No feminino a campeã foi a americana Carissa Moore que na trajetória até a conquista eliminou nas quartas de final a brasileira Silvana Lima.

Sátiro Sodré (2)/CBDA e Kai Pfaffenbach/Reuters



A noite de ontem terminava no Brasil quando veio uma medalha inesperada e surpreendente no Centro aquático de Tóquio. Fernando Scheffer conquistou a medalha de bronze nos 200 m livres 25 anos depois da medalha de prata de Gustavo Borges nos jogos de Atlanta. Scheffer entrou na final com o pior tempo e controlou o ritmo das braçadas partindo com tudo nos 50 metros finais e a medalha veio na batida de mão por apenas 2 centésimos de segundo para o romeno David Popovic de apenas 16 anos. O ouro ficou com o britânico Tom Dean com Duncan Scott, também da Grã Bretanha ficando com a prata. A conquista premia o gaúcho de Canoas que iniciou sozinho no esporte e na pandemia teve de treinar em açudes e todo esse sacrifício foi recompensado com uma medalha. Ainda na natação Leonardo de Deus avançou pra final dos 200 m borboleta com o segundo melhor tempo e o time do 4 x 200 também está na final que será disputada na noite de hoje. Nos 800 m livres Guilherme Costa disputará a semifinal.

Wander Roberto/COB

Um capítulo épico pra história do tênis de mesa brasileiro. O mesatenista Hugo Calderano é o primeiro brasileiro nas quartas de final no individual e o feito foi alcançado com uma vitória épica diante so sul coreano Woo Jing Jang por 4 sets a 3 e agora nas quartas enfrentará adversário a ser definido, já Gustavo Tsuboi perdeu pra Lin Yun Ju de Taipé e foi eliminado nas oitavas.

Gaspar Nóbrega/COB

No tênis feminino a dupla Luísa Stefani e Laura Pigossi venceu de virada a dupla da República Tcheca por 2 sets a 1 com a parcial decisiva 13 a 11 para as brasileiras depois de terem salvo quatro match points. A vitória é importante porque Karolina Pliskova já foi número 1 e Vondrousova foi a algoz da tenista anfitriã Naomi Osaka que acendeu a pira na cerimônia de abertura. 

Gonzalo Fuentes/Reuters

O time feminino de handebol venceu a forte seleção da Hungria por 33 x 27 numa grande atuação de Duda Amorim que marcou seis gols. O Brasil soma uma vitória e um empate no grupo da morte.

Pilar Olivares/Reuters

No vôlei de praia masculino Alison e Álvaro Filho perderam pra dupla americana Dallhauser e Lucena num jogo equilibrado por 2 sets a 1 e Evandro e Bruno Schmidt venceram fácil a dupla do Marrocos por 2 sets a 0 encaminhando sua classificação. No feminino Agatha e Duda foram derrotadas pelas chinesas Wang/Xia por 2 sets a 0. 

Divulgação FIVB


Se ontem no vôlei o emocional foi testado com o time masculino numa vitória dramática sobre a Argentina agora foi a vez da seleção feminina que em jogo dramático venceu a República Dominicana numa verdadeira batalha por 3 sets a 2, parciais de 22/25, 25/17, 25/13, 23/25 e 15/12.

Molly Darlington/Reuters


Com gol de Andressa Alves em cobrança de falta a seleção feminina de futebol venceu a Zâmbia por 1 x 0 num jogo confuso em Saitama e terminou em segundo lugar no grupo. A próxima adversária será a equipe do Canadá na sexta feira. A Holanda que goleou a China por 8 x 2 enfrentará os Estados Unidos na reedição da final da última Copa do Mundo.

O desempenho dos demais brasileiros

- No triatlo feminino Vittoria Lopes chegou a figurar entre as primeiras na natação e no ciclismo, mas perdeu ritmo e ficou pra trás terminando em 28º lugar e Luísa Baptista ficou em 32º lugar.

- Nossa porta bandeira Ketleyn Quadros perdeu a chance de conquistar sua segunda medalha olímpica no judô ao perder na repescagem para a holandesa Juul Fransen na categoria até 63 kg. Ketleyn começou vencendo por WO Ceglia David de Honduras que não atingiu o peso, na segunda rodada venceu a mongol Gankach Bold e nas quartas de final enfrentou a canadense Catherine Beuchenin - Penard em luta equilibrada até quando faltava um minuto e a canadense aplicou a técnica de sacrifício jogando Ketleyn de lado e imobilizando -a. Na repescagem Ketleyn forçou duas punições da holandesa que no desespero conseguiu a imobilização faltando 20 segundos obtendo o ippon. Já Eduardo Yudi foi eliminado na estreia ao sofrer ippon do israelense Sagi Muki.

- Na canoagem slalom Ana Sátila obteve a melhor posição de uma canoísta na história mas ficou na semifinal do K1 ficando em 13º lugar.

- As campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze começaram bem a campanha do bicampeonato olímpico na 3ª colocação geral vencendo uma das três regatas da classe 49er FX. Robert Scheidt pulou pra 3ª colocação na Laser com duas boas regatas e na Finn Jorge Zarif terminou a primeira regata em 7º lugar. 

- Em sua 7ª participação somando jogos de verão e inverno Jaqueline Mourão terminou em 32º lugar no mountain bike feminino. 

- E no boxe Abner Teixeira venceu o inglês Cheavon Clarke e enfrenta nas quartas de final o jordaniano Hussein Yashaish. Uma vitória garante no mínimo a medalha de bronze.

Mike Blake/Reuters


E pra fechar um drama para Simone Biles. A melhor ginasta do mundo errou no salto, sentiu o tornozelo e por precaução médica foi retirada dos demais aparelhos. Ela torceu pelas companheiras, mas a equipe americana foi superada pelo Comitê Olímpico da Rússia que levou o ouro por equipes. 

Quadro de medalhas

Japão JapãoJAP103518
Estados Unidos 
Estados UnidosEUA
98825
China ChinaCHN95721
Comitê Olimpico Russo 
Comitê
Olimpico Russo
COR
77418
Grã-Bretanha 
Grã-BretanhaGBR
45413


14º

BrasilBrasil

 BrasilBRA1225

Click Olímpico do dia

Lisi Niesner/Reuters


Nosso click de hoje é uma justa homenagem à Ítalo Ferreira, o surfista que saiu de Baía Formosa pra ganhar o mundo e hoje escreve seu nome na galeria dos grandes heróis olímpicos do Brasil conquistando a 31ª medalha de ouro da história de 100 anos de participação olímpica. 

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