Retrospectiva 2020: As loucuras de Bolsonaro são destaque no ano político

Kleber Nunes
By -
0

Começa a Retrospectiva 2020 e como sempre desde 2007 começamos nossos trabalhos falando do ano político brasileiro. 2020 foi o ano em que Bolsonaro comprou brigas, menosprezou a pandemia e ministros saíram do governo e ainda tivemos eleições municipais. 

O ano louco de Bolsonaro

Jair Bolsonaro chega ao segundo ano de governo bastante criticado pela forma de combate à pandemia e envolvido em polêmicas

O segundo ano de Jair Bolsonaro à frente do país foi complicado e ele se envolveu numa série de polêmicas envolvendo integrantes do governo e ainda minimizou a pandemia (falarei mais sobre o comportamento do presidente na postagem especial sobre a pandemia). Além disso teve demissões de ministros e fortes cobranças na questão ambiental. A sua popularidade termina o ano em queda e segundo o Ibope 35% dos brasileiros acham seu governo como ótimo/bom e 33% acham ruim e péssimo e quase metade dos brasileiros desaprova o modo de governar do presidente. 

Cultura sem rumo


Regina Duarte teve uma péssima passagem na Secretaria especial de Cultura que começou o ano com a demissão polêmica de Roberto Alvim que em vídeo exaltou Goebbels

Logo em janeiro a primeira polêmica. Num vídeo com cunho nazista e citações à Joseph Goebbels que era ministro da propaganda de Adolf Hitler o secretário especial de Cultura Roberto Alvim foi demitido e para o seu lugar foi convidada a atriz Regina Duarte. Regina tomou posse em março, mas sua passagem foi desastrosa e em maio deixou o governo. Assume o posto o ator Mário Frias. 


Educação teve três ministros: Weintraub que foi trabalhar no Banco Mundial e Decotelli que sequer ficou uma semana no cargo

Outra pasta problemática foi a pasta da Educação que em um ano teve três ministros. Abraham Weintraub foi ministro até junho e em abril virou alvo de inquérito porque falou nas redes sociais de que a China iria se beneficiar do coronavírus. Depois de deixar a pasta Abraham Weintraub foi indicado a trabalhar no Banco Mundial. No fim de junho assumia a pasta o professor Carlos Alberto Decotelli, mas sua passagem foi brevíssima de apenas cinco dias. Decotelli foi exonerado porque teve problemas em seu currículo e quem assumia a pasta foi Milton Ribeiro depois das negativas de Renato Féder. Bolsonaro quebrou uma promessa de campanha recriando o Ministério das Comunicações passando a ter 23 pastas quando falou na campanha em governar com 15 pastas. Na pasta da Saúde foram três ministros (esse assunto será mais detalhado no post sobre a pandemia).

Moro sai e rompe com o presidente

Sérgio Moro sai do governo acusando interferência política e por conta disto ele vira inimigo do presidente

A saída mais polêmica e também a mais problemática ocorre em abril. Foi quando Sérgio Moro decidiu deixar o Ministério da Justiça. O ex-juiz da Lava Jato foi surpreendido com a demissão de Maurício Valeixo da direção geral da Polícia Federal e no dia 24 de abril pede demissão sob a alegação de interferência política gerando uma crise que resulta na abertura de inquérito. No mesmo dia Moro revela as conversas feitas pelo WhatsApp. Bolsonaro nomeia André Mendonça para o cargo e Alexandre Ramagen como diretor - geral da PF, só que a nomeação de Ramagen é suspensa pelo ministro do STF Alexandre de Moraes alegando desvio de finalidade. O inquérito sobre a interferência política do presidente é aberto no Supremo e no dia 22 de maio o ministro Celso de Mello autoriza a divulgação da reunião ministerial do dia 22 de abril. Na reunião Bolsonaro disse que iria interferir nos ministérios, fez reclamações de que não recebia informações das Forças Armadas, Abin e PF e ainda deu um show de xingamentos gratuitos. Depois que deixou o governo Sérgio Moro termina o ano se tornando sócio de uma consultoria americana.

Em busca do Centrão

Arthur Lira assumiu a liderança do Centrão e é o candidato de Bolsonaro na disputa para a presidência da Câmara dos Deputados

O presidente então decide se aliar ao bloco chamado Centrão depois de criticá- lo na campanha e ao se aliar ao bloco político trocou cargos por apoio. O deputado Arthur Lira (PP-AL) virou o líder do bloco no Congresso e é o candidato de Bolsonaro na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Falando no Congresso neste ano pandêmico as sessões tanto no Senado quanto na Câmara passaram a ser feitas de forma virtual. 

STF caça extremistas



STF sofre onda de ataques vindas de extremistas e um deles, Sara Winter acaba sendo presa

O ano foi marcado por uma onda de ataques ao STF e tudo começou em atos protagonizados por Bolsonaro a partir de fevereiro. O STF apertou o cerco às milícias digitais, tudo porque em junho um grupo de 30 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro lançaram fogos de artifício na sede do Supremo. Um inquérito que apura as fake news foi aprovado, ao mesmo tempo outro inquérito que apurava o vazamento criminoso de dados pessoais do presidente e de seus filhos feito por um grupo de hackers foi instaurado. E não faltaram ataques dos apoiadores á imprensa. Em atos no mês de maio o fotógrafo do jornal O Estado de S. Paulo Dida Sampaio e a jornalista Clarissa Oliveira da Band foram atacados durante atos e por alguns dias veículos de comunicação suspenderam a cobertura do Palácio do Planalto. Em junho a jornalista Marina Araújo ficou 20 minutos refém de um louco que queria falar com a jornalista Renata Vasconcellos. Ainda em junho vários disseminadores do ódio entre eles Sara Winter foram presos. E a relação de Bolsonaro com a imprensa seguiu tumultuada: em fevereiro ele atacou as jornalistas Patrícia Campos Mello e Vera Magalhães e em maio durante uma coletiva mandou a imprensa calar a boca, depois chamou os jornalistas de bundões demonstrando falta de respeito com quem está ali trabalhando e fiscalizando o poder. 

Queiroz é preso e miliciano é morto


Prisão de Queiroz e morte de Adriano da Nóbrega agitaram o escândalo das rachadinhas

Em fevereiro numa emboscada o miliciano Adriano da Nóbrega foi morto pela polícia num caso clássico de queima de arquivo. Ele era envolvido em participar do esquema da "rachadinha" do gabinete de Flávio Bolsonaro quamdo ele era deputado estadual pelo Rio. Em junho o ex- assessor de Flávio Bolsonaro enfim foi capturado. Fabrício Queiroz estava na casa do advogado da família Frederick Wassef e foi preso em desdobramento das investigações. No começo de julho Fabrício Queiroz passou para o regime de prisão domiciliar. Em agosto o presidente ficou furioso com a pergunta de um repórter do jornal O Globo quando foi questionado sobre a origem dos cheques na conta da primeira dama no valor de R$ 89 mil dizendo que iria dar porrada no jornalista. 

O Brasil em xeque no meio ambiente

Brasil é duramente criticado pelo festival de queimadas na Amazônia e no Pantanal

A questão ambiental foi uma dor de cabeça pro presidente ainda mais no ano que o Pantanal bateu recorde de queimadas (assunto que abordarei na retrospectiva nacional). No discurso feito na ONU Bolsonaro disse que o Brasil foi vítima de uma brutal campanha de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. Em novembro durante videoconferência Bolsonaro disse que divulgaria a lista dos países que criticaram o desmatamento do Brasil, mas acabou voltando atrás e não apresentou a lista.

Novo integrante no STF e a polêmica soltura de André do Rap


André do Rap acaba solto e vira foragido da justiça e Kássio Nunes Marques substitui Celso de Mello na primeira indicação de Bolsonaro

O governo apresentou em outubro a primeira indicação de ministro do Supremo que acabou ficando com Kássio Nunes Marques. Ele substituiu Celso de Mello que se aposentou. A próxima indicação será um pastor evangélico. Ainda em outubro uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello deu o que falar: ele mandou soltar o traficante André do Rap, depois o Supremo mandou prender de novo, mas ele acabou se tornando foragido da Justiça. 

O ocaso de Witzel

Wilson Witzel sofre impeachment e sua breve carreira política pode chegar ao fim

Como se não bastasse a breve carreira política de Wilson Witzel pode estar caminhando pro fim. Acusado de corrupção Witzel seria afastado do cargo em setembro por 14 votos a 1. Cláudio de Castro assumiria o governo carioca. Outro governador que foi julgado, mas escapou de sofrer impeachment foi Carlos Moisés de Santa Catarina. 

O saldo das eleições municipais


Bruno Covas se reelege em São Paulo e no Rio Eduardo Paes arrasa Crivella e volta a governar o município pela terceira vez

A eleição municipal que seria inicialmente em outubro passou pra novembro por conta da pandemia e as campanhas foram limitadas. No primeiro turno a apuração demorou devido à um ataque de hackers no supercomputador do TSE que impedia a totalização dos votos. O MDB foi o partido que mais teve prefeitos eleitos com 784 e venceu em cinco capitais: Teresina, Porto Alegre, Goiânia, Cuiabá e Boa Vista. PSDB e DEM elegeram quatro prefeitos nas capitais. Os tucanos venceram em Natal, Palmas, Porto Velho e São Paulo onde Bruno Covas venceu o pleito superando Guilherme Boulos do PSOL, já o DEM venceu em Curitiba, Florianópolis, Salvador e no Rio de Janeiro onde Eduardo Paes derrotou de lavada o atual prefeito Marcelo Crivella. O PT pela primeira vez desde 1985 não elegeu nenhum prefeito nas grandes capitais e em São Paulo amargou o pior resultado da história com Jilmar Tatto. Dos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro 47 foram derrotados e 15 foram eleitos. 

Postar um comentário

0Comentários

Não serão aceitos comentários preconceituosos, racistas e ofensivos, pois os mesmos serão DELETADOS.

Postar um comentário (0)
MENSAGEM POR UM 2025 CHEIO DE ESPERANÇAS

MENSAGEM POR UM 2025 CHEIO DE ESPERANÇAS

MAIS UM ANO VAI EMBORA E OUTRO ANO CHEGA, É ASSIM E DEPOIS DE UMA VOLTA COMPLETA EM TORNO DO SOL O PLANETA TERRA COMEÇA…

By -

#buttons=(Ok, Go it!) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência.Ver Agora
Ok, Go it!