Começa a Retrospectiva 2024 e como sempre começamos falando de política num ano que um novo ato terrorista voltou a ameaçar a democracia e Bolsonaro se complica na trama que tentou dar um golpe de estado.
Bolsonaro cada vez mais enrolado e plano macabro pra executar golpe é revelado
O ex-presidente Jair Bolsonaro se complicou ainda mais na Operação Tempus Verratis que apura o seu envolvimento na trama golpista. Em fevereiro foram encontradas mensagens no celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid revelando que Bolsonaro redigiu e elaborou a minuta de um decreto autorizando novas eleições e que Alexandre de Moraes seria preso. Ele acabou entregando o passaporte e foi proibido de viajar pra fora do Brasil e em março são reveladas imagens do ex-presidente pernoitando na embaixada da Hungria. Em novembro é revelado o plano macabro e golpista que fica conhecido como punhal verde e amarelo. O plano consistia em assassinar Lula e Geraldo Alckmin, então presidente e vice eleitos no pleito de 2022 e sequestro e morte de Alexandre de Moraes e os executores seriam os chamados kids pretos. O grupo de miliatres de elite do exército faria o serviço com o intuito de manter Bolsonaro no poder. Conversas foram reveladas e o plano de execução foi impresso dentro do Palácio do Planalto. A Polícia Federal conclui o inquérito e no dia 21 de novembro 37 pessoas são indiciadas entre eles Bolsonaro, os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o ex-ministro Alexandre Ramagem. Eles foram indiciados em três crimes: abolição do estado democrático de direito, tentativa de golpe e organização criminosa e no dia 14 de dezembro Braga Netto que foi vice na chapa que foi derrotada em 2022 foi preso por obstrução de justiça e o ex-deputado Daniel Silveira chegou a ser solto, mas descumpriu uma regra e voltou a ser preso. Por outro lado a oposição insiste num plano de anistia pros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O X da questão: A guerra entre Elon Musk e o Supremo
Durante o ano a plataforma X (antigo Twitter) do bilionário Elon Musk entrou em pé de guerra com o Supremo. Em abril Musk fez várias ameaças a Corte acusando Moraes de praticar censura e ameaçou liberar perfis considerados de extrema direita que foram bloqueados por decisão da Justiça. Em agosto veio o ápice da crise, foi quando Musk decidiu fechar o escritório da plataforma no Brasil e levou o ministro Alexandre de Moraes a decretar a suspensão do app. No dia 31 de agosto o X foi bloqueado devido ao descumprimento de normas judiciais. Não demorou muito pra Musk pagar as multas e nomear um representante legal e no dia 9 de outubro o X voltou a funcionar no Brasil.
Caso Marielle enfim é solucionado seis anos depois
Seis anos depois enfim um crime político que abalou o Brasil foi solucionado. A morte de Marielle Franco finalmente foi esclarecida na manhã do dia 24 de março quando foram presos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas, o deputado Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil. Eles são acusados de serem os mandantes da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018. Segundo investigação da Polícia Federal o crime foi motivado por questões fundiárias e Marielle interferia nessas questões, em junho a denúncia de envolvimento foi aceita e em outubro foi realizado o julgamento pelo 4º Tribunal do Júri. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos foram condenados e as penas estabelecidas foram: 78 anos de prisão pra Ronnie Lessa e 59 para Élcio Queiroz. Chiquinho Brazão pode enfrentar processo de cassação de seu mandato pra deputado federal.
As questões que mobilizaram a sociedade
Durante o ano várias questões entraram na pauta de discussões dentre as quais a polêmica do aborto para vítmas de estupro até 22 semanas de gestação. O projeto de lei do deputado Sóstenes Cavalcanti foi aprovado, mas não houve tempo hábil. Outra questão que foi levantada foi a do fim da escala de trabalho 6 x 1. Proposta da deputada Erika Hilton em novembro gerou uma série de debates entre governistas e a oposição e Erika Hilton foi a luta para obter 171 assinaturas para que o projeto vire lei. A proposta visa reduzir a jornada de trabalho pra 36 horas semanais e a adoção de quatro dias de trabalho.
Um ano de susto e demissão de ministro no ano II de Lula III
O
segundo ano do governo Lula teve poucos avanços na política e demissão
de ministro. Por conta das eleições a articulação política andou meio
parada só voltando no final do ano quando o governo começou a discutir a
sucessão no Congresso. Em setembro Silvio Almeida é demitido da pasta dos Direitos Humanos depois que surgiram denúncias de assédio sexual e que envolveram a ministra Anielle Franco e Macaé Evaristo assumiu a pasta. Em outubro o presidente sofreu um acidente doméstico no Palácio da Alvorada ao bater a cabeça e teve um hematoma e nesse mês de dezembro esse hematoma acabou causando uma hemorragia que levou a uma craniotomia, cirurgia de emergência bem sucedida seguida de outra cirurgia para prevenir novos sangramentos na área afetada.
Centro-direita se dá bem na eleição municipal
A eleição municipal realizada em outubro mostrou a força dos partidos de centro-direita sendo o PSD de Gilberto Kassab o grande vencedor obtendo um maior número de prefeituras (887) desbancando o MDB. Nas 26 capitais o PSD vai administrar cinco: Florianópolis, Rio de Janeiro, São Luiz, Curitiba e Belo Horizonte, o MDB também vai administrar cinco, uma delas São Paulo. O PT aumentou o número de prefeitos eleitos em relação á 2020 mas fez apenas um prefeito nas capitais com a vitória de Evandro Leitão numa disputa acirrada em Fortaleza. Outro nome que sai fortalecido é o de Ronaldo Caiado, governador de Goiás que rompeu com Bolsonaro e elegeu Sandro Mabel prefeito em Goiânia, mas ambos foram condenados em dezembro pela Justiça Eleitoral pois Mabel teve seu registro cassado e Caiado condenado por abuso de poder político por usar o Palácio das Esmeraldas para eventos de campanha sendo inelegíveis por 8 anos cabendo recurso. Dos 26 prefeitos de capitais 16 se reelegeram entre eles Eduardo Paes no Rio de Janeiro, Fuad Noman em Belo Horizonte e Sebastião Melo em Porto Alegre. A eleição em São Paulo chamou muita atenção não pelas propostas e sim com um candidato do barulho, o coach Pablo Marçal que concorreu pelo PRTB. Marçal despertou a ira dos concorrentes nos debates com ataques e propostas rasas. No debate da TV Cultura em setembro levou uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB). Datena acabou expulso do debate e Marçal deixou o teatro numa ambulância. Dois dias antes do primeiro turno ele soltou um falso laudo contra o candidato do PSOL Guilherme Boulos e mesmo fazendo o que fez não avançou pro segundo turno e na disputa pelo voto do eleitor Ricardo Nunes do MDB conseguiu ser reeleito.
O lobo solitário que tentou atacar a democracia
Um ano e dez meses depois dos atos golpistas de 8 de janeiro Brasília voltou a ser alvo do extremismo doentio. Na noite de 13 de novembro Francisco Wanderley Luiz foi até o prédio do STF e jogou duas bombas na frente da estátua da Justiça e acabou morrendo na detonação de uma outra bomba, antes um carro repleto de artefatos foi encontrado. A ex-mulher Daiane Dias morreu dias depois após ter incendiado a própria casa. Francisco havia disputado a eleição pra vereador em 2020, mas não se elegeu e na casa que ele alugou foram encontrados artefatos explosivos. Ele chegou a visitar o prédio em agosto e sequer foi identificado como ameaça.
A seguir a retrospectiva destaca o ano na economia.
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