Memória 2022: O adeus a quem nos deixou

Kleber Nunes
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Agora na retrospectiva o momento da saudade. 2022 marcou o adeus de figuras notáveis que deixaram legados em todas as áreas da vida e vão ficar marcados com a saudade.

ADEUS AO REI PELÉ, ETERNO E INFINITO

 

29 de dezembro, a dois dias do final do ano o mundo recebe uma triste notícia. Morre uma lenda do esporte. Edson Arantes do Nascimento, o eterno e único Rei Pelé deixa pra sempre o plano físico aos 82 anos de idade depois de lutar contra um câncer no cólon e ficar um mês internado. Pelé foi o Atleta do Século, maior jogador de futebol da história, tricampeão mundial de futebol com mais de 1200 gols e 60 títulos conquistados com as camisas do Santos, da seleção brasileira e do Cosmos. 

Morre o papa emérito Bento XVI


O último dia do ano marca a morte aos 95 anos do papa emérito Bento XVI. Sucessor do Papa João Paulo II teve um pontificado que durou 8 anos renunciando em 2013 sendo o primeiro a renunciar em 600 anos.

Adeus ao homem que enterrou a União Soviética

Dois personagens que ajudaram a moldar o século XX no pós segunda guerra mundial saíram de cena em 2022 em um intervalo de menos de 10 dias. No dia 30 de agosto morria Mikhail Gorbachev aos 91 anos. Último líder da União Soviética Gorbachev foi o responsável pela implantação da glasnost e da perestroika que fizeram com que a União Soviética se abrisse ao mundo. Gorbachev saiu em 1991 junto do fim da URSS.

A rainha que virou ícone pop

Em 8 de setembro chegaria ao fim o reinado da Rainha Elizabeth II aos 96 anos. Elizabeth ficou 70 anos á frente do trono britânico sendo coroada em 1953. No seu reinado atravessou por momentos históricos como a desintegração do império britânico, a Guerra Fria, o Brexit e as mudanças sociais e de costumes no pós guerra. Sobreviveu à escândalos que abalaram a família real e recebeu 15 primeiros ministros, a última foi a breve Liz Truss dois dias antes de morrer. A sua morte no castelo de Balmoral foi anunciada de forma serena, por causas naturais e após sua morte assume o trono o filho Charles que agora é Rei Charles que será coroado no próximo ano.

Um beijo saudoso do gordo

No dia 5 de agosto o país perde um de seus maiores artistas. Jô Soares foi todos os artistas num só. Ator, humorista, escritor, entrevistador, diretor, enfim, um gênio completo que nos deixava aos 84 anos. Em mais de 60 anos de carreira fez sucesso passando por todas as vertentes: no teatro onde fez peças que faziam o público rir, escreveu livros de sucesso como O Xangô de Baker Street que virou filme de grande sucesso mas foi na televisão que seu talento explodiu, principalmente no humor onde criou tipos inesquecíveis nos programas que atuou. Personagens icônicos como o mordomo Gordon de Família Trapo, Capitão Gay, Zé da Galera, O Rei e tantos outros fizeram história nos humorísticos que atuou como Faça Humor, não faça guerra, Planeta dos Homens e Viva o Gordo, quando passou para apresentador redefiniu o talk show inicialmente com o Jô Soares Onze e Meia no SBT e depois no Programa do Jô na Globo onde fez mais de 15 mil entrevistas unindo talento, inteligência e irreverência. A causa de sua morte foi divulgada este mês e foi causada por insuficiência renal e cardíaca.

Ano de luto pesado na música 

A música teve um ano de luto com perdas de grande impacto. Em novembro dois artistas que fizeram história na MPB saíram de cena. No dia 9 de novembro Gal Costa nos deixava aos 77 anos. Gal foi uma das vozes mais marcantes da história da nossa música e fez sucesso com álbuns marcantes como Fa-Tal, Meu nome é Gal e canções marcantes como Festa do Interior, Chuva de Prata entre outros. Ela estava em recuperação depois de ter feito uma cirurgia de retirada de um nódulo na fossa nasal e fez seu último show em setembro. A causa da morte não foi divulgada.

O adeus ao tremendão

No dia 22 de novembro Erasmo Carlos nos deixava aos 81 anos. O gigante gentil deixou seu carisma e talento que surgiu na Jovem Guarda e depois formou parceria inesquecível com Roberto Carlos onde juntos escreveram mais de 600 composições dentre as quais destacam - se Minha fama de mau, Parei na Contramão, Coqueiro Verde e Sentado à Beira do Caminho. O tremendão chegou a se recuperar de uma internação no começo de novembro, mas voltaria a ser internado e morreu por complicações causadas pela síndrome edemigênica.

Em 20 de janeiro, no mesmo dia da perda de Mané Garrincha morria a cantora Elza Soares aos 91 anos. Elza em 60 anos de carreira passeou por todas as vertentes musicais, foi casada com Mané Garrincha, mas depois de idas e vindas terminou o casamento. Ela seguia trabalhando até dois dias antes de morrer na gravação de um novo disco. 

No mesmo dia que partia Gal Costa morria Rolando Boldrin aos 86 anos. Boldrin foi um contador de causos que retratavam a nossa cultura do interior e além de ter sido cantor foi ator, compositor e apresentador de programas como o Som Brasil, Empório Brasileiro, Empório Brasil e o Sr. Brasil, programa que estava no ar desde 2005 na TV Cultura.  

A inglesa que foi radicada na Austrália Olivia Newton-John morre em 8 de agosto depois de uma luta de 30 anos contra um câncer de mama que se espalhou em metástase. Na sua carreira foi uma das estrelas da música internacional onde fez filmes como Xanadu e Grease - Nos tempos da Brilhantina ao lado de John Travolta.

No dia 25 de março morria o baterista da banda Foo Fighters Taylor Hawkins. Ele foi encontrado morto num hotel na Colômbia. Ele tinha 50 anos e estava há 25 anos na banda. Outras perdas de destaque na música: Ludmila Ferber, cantora gospel (26/01), Paulinha Abelha, cantora de forró que fez parte do grupo Calcinha Preta (23/02), Aleksandro (07/05), cantor sertanejo que fazia dupla com Conrado e vitimado em acidente com o ônibus em que viajava na rodovia Régis Bittencourt, Vangelis (19/05), compositor grego autor de trilhas sonoras de filmes de sucesso como Carruagens de Fogo, Blade Runner e 1492: A Conquista do Paraíso, Marilene Galvão (24/08), cantora que fez parte das Irmãs Galvão, dupla de destaque na música sertaneja de raiz, Coolio (28/09), rapper americano que ganhou o Grammy por Gangsta Paradise que fez parte da trilha sonora do fimle Mentes Perigosas, Luiz Galvão (23/10), um dos fundadores dos Novos Baianos onde fez história com discos que ficaram eternos como Acabou Chorare, Jerry Lee Lewis (28/10), pianista e ícone do rock and roll, Paulo Jobim (04/11), instrumentista e arranjador, Aaron Carter (05/11), cantor de hip hop americano, Pablo Milanés (22/11), cantor e compositor cubano, autor de músicas de sucesso como Yolanda que foi regravada por Chico Buarque e Simone e Irene Cara (26/11), cantora e atriz onde atuou em filmes como Fama e ganhadora do Oscar de melhor canção por What a Feeling do filme Flashdance.

Morre o assassino de Daniella Perez

Guilherme de Pádua foi descoberto por acaso e em 1992 atuou na novela De Corpo e Alma no papel do ciumento Bira que namorava Yasmin, papel de Daniella Perez, filha da autora Glória Perez e em 28 de dezembro de 1992 num crime que saltou da ficção para a realidade matou junto de Paula Thomaz a atriz dando 15 estocadas (nesta semana relembrei o acontecimento em postagem do Contando a História), foi condenado e passou seis anos na prisão, se converteu e virou pastor até que no dia 6 de novembro sofre um infarto fulminante e morre aos 52 anos.

O último ato de notáveis artistas que representavam

Milton Gonçalves foi sem dúvida nenhuma um dos maiores atores do país. Talento nato, o ator atuou no teatro, cinema e televisão onde desempenhou papéis de sucesso nas novelas e no cinema. Milton havia sofrido um AVC em 2020 e morre em 30 de maio vitimado pelas complicações.

A atriz Cláudia Jimenez fez carreira no teatro e na televisão onde se destacou pela veia cômica atuando em humorísticos como Viva o Gordo e Chico Anysio Show, mas ela é lembrada pelo papel da empregada Edileuza em Sai de Baixo. Ela teve câncer e passou por três cirurgias cardíacas, mas em 20 de agosto uma insuficiência cardíaca pôs fim a carreira aos 63 anos.

Em 6 de janeiro morre o ator americano Sidney Poitier. Ele abriu caminhos para a diversidade de atores em Hollywood e ganhou o Oscar de melhor ator pelo filme Uma luz nas sombras, mas ele é lembrado pela sua atuação em Ao Mestre com Carinho.

Outros mortos do ano: Ivanildo Gomes, o Batoré (10/01), ator e humorista onde atuou na Praça é Nossa, Françoise Forton (16/01), atriz de destaque em novelas como Estúpido Cupido, Por Amor e Tieta, Mônica Vitti (01/02), atriz italiana que foi musa do cineasta Antognoni, Isaac Bardavid (01/02), ator e dublador de vários personagens no cinema, William Hurt (13/03), ator americano que atuou em filmes da Marvel e em 1985 ganhou o Oscar de melhor ator por O Beijo da Mulher Aranha, uma co-produção dirigida por Hector Babenco, Djenane Machado (23/03), atriz que foi a Bebel da primeira versão de A Grande Família nos anos 70, Suzana Faíni (25/04), atriz de destaque em várias novelas, Ray Liotta (26/05), ator americano que atuou em filmes sendo o maior destaque o do mafioso Harry em Os Bons Companheiros, Rubens Caribé (05/06), ator que atuou em novelas na Globo e SBT, Maria Lúcia Dahl (16/06), atriz de destaque em várias novelas, Ilka Soares (18/06), atriz, Marilu Bueno (22/06), atriz de destaque em algumas novelas, Maria Fernanda (30/07), atriz que atuou em novelas como Pai Herói e Gabriela, Anne Heche (12/08), atriz americana que foi vitimada em acidente de carro, Robbie Coltrane (14/10), ator escocês que interpretou o bruxo Hagrid nos filmes de Harry Potter, Roberto Guilherme (10/11), ator e comediante que deu vida ao hilário Sargento Pincel dos Trapalhões, Jason David Frank (19/11), ator americano que fez o Tommy, o ranger verde do seriado dos Power Rangers, Victor Bonilla (25/11), ator mexicano que fez parte do elenco de Chaves e Pedro Paulo Rangel (21/12) ator de destaque em novelas como Gabriela, Vale Tudo e no humorístico TV Pirata.

Adeus a diretores polêmicos e diferentes


O cinema perdeu dois diretores, cada um à sua maneira polêmicos e diferentes. Arnaldo Jabor (15/02) foi além de cineasta, escritor e jornalista. Dirigiu filmes que foram campeões de bilheteria como Eu te amo, Toda nudez será castigada e Eu sei que vou te amar, depois do fim da Embrafilme virou jornalista e foi colunista no jornal O Globo e aparecia nos telejornais da TV Globo, já o francês Jean Luc Godard (13/09) foi pioneiro no período da Nouvelle Vague e dirigiu filmes de destaque dentre os quais está o polêmico Je Vous Salue Marie que foi censurado no Brasil em meados dos anos 80. Godard deixou este mundo cometendo suicídio assistido. Outro diretor que morreu este ano foi Breno Silveira (14/05), dirigiu o filme Dois Filhos de Francisco de 2005 que levou mais de 5 milhões de pessoas as salas de cinema. 

As perdas do jornalismo


No jornalismo o ano marcou o adeus de dois fotógrafos que foram testemunhas oculares do poder e num espaço de 15 dias saíram de cena. Dida Sampaio (25/02) fotografou para o Estadão os últimos anos do poder e acabou vitimado por um AVC, já Orlando Brito (11/03) testemunhou a cena política do Brasil desde o regime militar até o governo Bolsonaro cobrindo centenas de acontecimentos em 50 anos de carreira passando pelo jornal O Globo e pela revista Veja onde foi autor de mais de 100 capas. Outro fotógrafo que morreu este ano foi Erno Schneider (08/03), autor de uma célebre foto de Jânio Quadros com as pernas tortas que rendeu o Prêmio Esso de fotografia.

Ex-diretor de jornalismo da Rede Globo entre 1990 e 1995 Alberico de Sousa Cruz (10/05) foi responsável por grandes coberturas durante o período que esteve à frente do setor, depois foi diretor de jornalismo pela Rede TV! até 2002 quando se aposentou devido à leucemia. 


O jornalismo comunitário nunca mais será o mesmo depois da morte de Susana Naspolini. A jornalista inovou nos telejornais locais da Globo unindo bom humor e informação com responsabilidade. Guerreira, enfrentou vários baques como a morte do jornalista Maurício Torres em 2014 e a vários diagnósticos de câncer, o último acabou sendo fatal, pois se espalhou em metástase e aos 49 anos perde a batalha em 25 de outubro. O ano ainda teve as mortes de Ralph Siqueira (13/02), jornalista histórico que fez parte de programas como o Brasília Urgente e Repórter da Cidade da TV Brasília, Gilberto Amaral (13/07), colunista histórico do Correio Braziliense, Armindo Antônio Ranzolin (17/08), narrador gaúcho de destaque, Silvio Lancelotti (13/09), jornalista, escritor e amante da gastronomia italiana, além de ser um dos fundadores da revista Veja e ajudar a difundir o campeonato italiano de futebol e Sérgio Amaral (7 de dezembro), jornalista que paasou por Manchete, SBT, TV Brasília, Record e Band onde era diretor de jornalismo da emissora em Brasília.

Perdas irreparáveis no campo esportivo

No esporte também sentimos perdas. O colombiano Freddy Rincón fez história como um dos jogadores da geração colombiana ao lado de Valderrama e Higuita disputando três Copas do Mundo, no futebol brasileiro jogou no Cruzeiro, Santos, mas foi jogando por Palmeiras e Corinthians que alcançou o merecido destaque. No Verdão foi um dos comandantes do super ataque que marcou mais de 100 gols no Paulistão de 1996 e no Timão foi bicampeão brasileiro e campeão do Mundial de Clubes da FIFA. Rincón morre em 13 de abril aos 55 anos vitimado por um acidente de carro onde não resiste. 

Um dos maiores pugilistas da história Éder Jofre foi três vezes campeão mundial dos pesos galo e pena e foi o primeiro lutador brasileiro a ingressar no hall da fama. Seu cartel é impressionante com 75 vitórias em 81 lutas. Éder Jofre estava internado desde março e morreu devido às complicações de uma pneumonia em 2 de outubro.  

Musa do vôlei brasileiro no começo dos anos 1980 Isabel Salgado rompeu barreiras jogando grávida e foi pioneira nas areias quando jogou vôlei de praia junto de Jackie Silva. Isabel iria fazer parte do governo de transição quando passou mal e morre em 16 de novembro aos 62 anos. 

As perdas da política




No cenário político o ano marcou as mortes de Olavo de Carvalho (24 de janeiro), guru que influenciou o presidente Jair Bolsonaro até o ano passado quando se afastou, Madeleine Albreight (23 de março), foi secretária de estado no governo de Bill Clinton, Newton Cruz (16 de abril), general que foi chefe do SNI nos estertores da ditadura militar, Ernane Galveas (23 de junho), foi ministro da fazenda no governo de João Figueiredo, Célio Borja (27 de junho), foi ministro da justiça no governo de Fernando Collor, Shinzo Abe (8 de julho), ex-primeiro ministro do Japão que foi assassinado em um comício de campanha de seu partido que venceria as eleições, José Eduardo dos Santos (8 de julho), ex-presidente de Angola, Wanderley Vallim (9 de julho), foi o último governador biônico do Distrito Federal entre 1990 e 1991 e Luiz Antônio Fleury Filho (15 de novembro), ex-governador de São Paulo entre 1991 e 1994, mas ficou marcado por ordenar a invasão da polícia no episódio que foi conhecido como o Massacre do Carandiru que matou 111 detentos.





Outros mortos do ano: Thiago de Mello (14 de janeiro), poeta e divulgador das causas da Amazônia, Elifas Andreato (29 de março), artista plástico que criou belas capas de discos de conceituados artistas da MPB, Lygia Fagundes Telles (3 de abril), escritora e autora de obras de destaque como Ciranda de Pedra que ganhou duas versões na dramaturgia, Danuza Leão (22 de junho), foi modelo e jornalista onde escreveu livros de destaque como Na Sala com Danuza e escreveu para os jornais Folha de S.Paulo, Estadão, Jornal do Brasil e O Globo, Sérgio Paulo Rouanet (3 de julho), diplomata e autor da lei de incentivo à cultura que leva o seu nome e que foi duramente criticada no governo Bolsonaro, Dom Cláudio Hummes (04/07), arcebispo emérito de São Paulo, Gilberto Chateubriand (09/07), colecionador de obras de arte,  Dom Luiz de Orleans e Bragança (15/07), herdeiro da famílai real e bisneto da Princesa Isabel, João Paulo Diniz (31/07), empresário   Paulo Roberto Costa (13 de agosto), ex- diretor da Petrobras e delator do esquema que originou a Lava Jato, Diogo Pacheco (17 de agosto), foi maestro da Orquestra Sinfônica de São Paulo e apresentador do Concertos Internacionais da Rede Globo nos anos 1990, João Carlos da Rocha Mattos (2 de setembro), esteve envolvido na Operação Anaconda que em 2003 foi preso por ter vendido sentenças judiciais, Hebe de Bonafini (20 de novembro), foi fundadora do movimento das mães da Praça de Maio que foi fundado em 1977 e Nélida Piñon (17 de dezembro), primeira mulher a assumir a presidência da ABL.

A seguir começaremos a parte esportiva destacando o ano da velocidade.

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