Hoje no terceiro dia a nossa retrospectiva terá uma postagem toda dedicada ao acontecimento que foi notícia o ano inteiro, a pandemia mundial de coronavírus.
A origem do mal: Wuhan
Em 2020 um inimigo invisível se transformou no maior problema sanitário da história e causou uma pandemia que ainda não acabou e que fez o mundo passar semanas em quarentena. E tudo começou na China. No final de 2019 alguns habitantes da província de Wuhan apresentaram sintomas de uma misteriosa doença causada por um vírus desconhecido na ocasião. Assim que surgiram os primeiros casos o mundo começou a ficar em alerta para o Sars - nCov 2, depois conhecido como Covid-19. Foi o suficiente pra Organização Mundial da Saúde emitir o primeiro sinal de alerta. Nos primeiros dias de janeiro Wuhan já havia registrado mais de 3 mil casos e 81 pessoas mortas. Wuhan então decidiu fechar as fronteiras e colocar a população em estado de quarentena. Não demoraria muito pra nova variação do coronavírus iniciar sua avassaladora e mortal velocidade de contágio, o que levou a OMS a decretar alerta global no dia 30 de janeiro.
O vírus chega à Europa
Paris com medo: capital francesa sofre com os efeitos da disseminação em fevereiro que preocupou a Europa
Com a epidemia se espalhando rapidamente não demorou para que o vírus chegasse a Europa, primeiro na Itália onde o país acaba virando o epicentro, depois no Reino Unido, França, Espanha e Portugal. Cenas tristes de caixões enfileirados nas cidades italianas correram o mundo. O Brasil não escapou do vírus da morte e no dia 26 de fevereiro, quarta feira de cinzas era anunciado o primeiro caso da doença. Um homem que estava na Itália pegou Covid e ficou 15 dias internado. O vírus seguiu sua velocidade e chegou aos Estados Unidos. Era a senha para o que viria a seguir.
OMS decreta pandemia
11 de março de 2020. Nesse dia o mundo fica sabendo que está em pandemia. A disseminação veloz da doença em várias partes do mundo leva a Organização Mundial da Saúde a decretar estado de pandemia. Ao mesmo tempo medidas para conter o avanço começam a ser tomadas em todo mundo. Escolas são fechadas, o comércio, as ruas ficaram vazias e a população entrou em quarentena. Álcool gel virou item obrigatório assim como o uso de máscaras, era o começo dos novos e difíceis tempos pandêmicos.
Começa o drama brasileiro
Imagens de covas sendo abertas para enterrar mortos da Covid em cemitérios do Brasil correram o mundo ao mesmo tempo que surgiram hospitais de campanha para atender pacientes de Covid
O Brasil foi incluído na rota assassina do Coronavírus em 26 de fevereiro quando foi confirmado o primeiro caso da doença por aqui, não demorou muito para vir a primeira morte que é registrada no dia 17 de março só que não. A primeira morte havia sido no dia 12 de março, mas só em maio foi confirmada. Desde então o país assiste ao crescimento no número de mortos de forma assustadora. A cada dia o número de casos e mortes só aumentava e começavam a correr cenas que até então eram inimagináveis como a abertura de covas em cemitérios principalmente em Manaus onde o sistema de saúde entrava em colapso. Por todo o país hospitais de campanha foram abertos para receberem os leitos de pacientes. E governadores adotaram medidas de distanciamento e prevenção pa\ra conter o avanço. Eram tempos de Fique em Casa e serviços considerados essenciais tiveram de se adaptar da mesma forma nada de aulas presenciais nas escolas e a adoção do home office mudaram nosso jeito de viver. A partir de maio as medidas de relaxamento começam a ser adotadas com reabertura do comércio adaptado aos protocolos sanitários. Também passou a fazer parte do nosso cotidiano o uso obrigatório de máscaras e álcool gel, medidas simples que previnem a doença. E o país registrava mil mortes por dia.
A incansável luta de quem está na linha de frente
Médicos que são heróis: profissionais da saúde não esmoreceram e seguem travando luta diária contra o coronavírus
Os profissionais da saúde atuaram o tempo todo na linha de frente do coronavírus e a batalha dura que ainda travam acabaram levando à exaustão e ao cansaço na luta pela vida e mesmo na batalha alguns profissionais pegaram Covid e morreram. A eles ficam nosso apoio e a mensagem de coragem.
Bolsonaro dá mau exemplo e país é quem sofre na pandemia
O presidente Bolsonaro se tornou mau exemplo promovendo aglomerações e não usando máscara
O maior e mau exemplo de como ser negacionista ao extremo foi o presidente Jair Bolsonaro. Desde o estouro da pandemia o presidente se comporta menosprezando a ciência e falando frases negativas e ainda vai na contramão das recomendações da OMS promovendo aglomerações. Logo de cara Bolsonaro desdenhou do coronavírus dizendo que não seria uma gripezinha que iria derrubá - la e ainda falou em histeria. Dias depois em pronunciamento criticou duramente as medidas de isolamento. Em abril passa a defender o uso da cloroquina, um medicamento que não teve sua eficácia comprovada e com o país na marca de 5 mil mortes falou frases infelizes como E daí?, sou Messias, eu não sou coveiro. Em junho resolve acabar com a transparência e impedir a divulgação oficial dos casos e mortes e diz que acabava matéria do Jornal Nacional. Isso levou a criação de um consórcio dos veículos de imprensa que passa a noticiar de forma transparente dados sobre o avanço da pandemia. Em agosto quando o Brasil atinge 100 mil mortes diz em uma live que o Brasil tinha de tocar a vida, quando passamos de 150 mil mortes disse que a pandemia foi superdimensionada, em novembro falou que o Brasil tinha de deixar de ser um país de maricas e em dezembro menosprezou a vacina quando em entrevista ao jornalista José Luiz Datena disse que não tomaria a vacina e ponto final.
Dois ministros demitidos na Saúde
Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich: dois ministros fulminados em um mês por causa do negacionismo do presidente
O negacionismo de Bolsonaro e o desprezo pela ciência custou o cargo de dois ministros da Saúde. O primeiro, Luiz Henrique Mandetta foi vítima do negacionismo e foi demitido em 16 de abril. Mandetta seguia a ciência e acabou sendo eliminado. Assumia o oncologista Nelson Teich, mas também foi vitimado pelo negacionismo e pela paixão do presidente pela hidroxicloroquina. Teich ficou menos de um mês no cargo e sua saída se deu pela pressão para liberar o uso da cloroquina. Sem ministro da Saúde o número de casos e mortes ficou fora de controle. Somente depois que o país ultrapassou 100 mil mortes que Eduardo Pazuello virou ministro.
O dia que o país passou uma triste marca
Cruzes fincadas em uma praia carioca no dia que o Brasil atinge 100 mil mortes por Covid em sinal de protesto
8 de agosto de 2020. Um dia que entrou pra história de forma negativa. Foi o dia que o país ultrapassava a triste marca de 100 mil vidas perdidas pela Covid - 19. Foi um dia que a falta de respeito por parte do Palácio do Planalto revoltou o país pois não houve uma mensagem de conforto, nada, só o silêncio.
O pavor da segunda onda na Europa
Na Europa a segunda onda da doença a partir de outubro gera preocupação entre as autoridades. Como na primeira onda o vírus volta com força levando os países europeus a adotarem duras medidas de restrição. A Alemanha adota o lockdown parcial, no Reino Unido voos são suspensos depois da descoberta de uma nova variante perto do Natal.
A corrida pela vacina
Imunizantes da Pfizer e da Sinovac são disponibilizados num grande avanço da ciência em tempo recorde
A ciência então dá a resposta. Desde que foi sequenciado o vírus cientistas do mundo inteiro iniciaram as pesquisas para se chegar à um denominador comum: a criação de vacinas eficazes no combate á doença em tempo recorde. E em julho os primeiros sinais de que a ciência estava no caminho certo surgiram no horizonte. A chinesa Sinovac e a Universidade de Oxford anunciaram os primeiros resultados dos testes com as vacinas e elas geraram eficácia segura. Era o primeiro passo da corrida. Depois vieram anúncios de outras empresas como a Biontech com a Pfizer, AstraZeneca e Moderna. Na Rússia surgia a vacina Sputinik V. E assim o segundo semestre deste ano vira um festival de vacinas sendo desenvolvidas. No fim do ano aparece uma nova variante do vírus, mas a OMS mantém cautela.
Começa a vacinação
A inglesa Margaret Keenan foi a primeira a tomar a vacina e o presidente eleito dos EUA Joe Biden dá o exemplo dos líderes políticos
E o mundo então começava a respirar aliviado em dezembro com o começo da vacinação no Reino Unido. O país se torna o primeiro a vacinar a população com a vacina da Pfizer. A imagem do primeiro ser humano do planeta a tomar a dose que salva vidas correu o mundo. Outros países também começaram a vacinar a população. Os Estados Unidos, recordista em número de mortos e casos inicia no dia 14 a vacinação, lá como no Brasil o negacionista Donald Trump desdenhou da pandemia o tempo todo. Líderes como o presidente eleito Joe Biden e Benjamin Netanyahu tomaram a dose da vacina.
E no Brasil....
Politicagem na compra de vacinas é mais um capítulo da guerra entre Bolsonaro e o governador de São Paulo João Dória
Por aqui a politicagem reina absoluta e só atrapalhou. Em outubro o governador de São Paulo João Dória anuncia a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Logo depois o presidente vai até as redes sociais desautorizando a compra. Em novembro quando a Anvisa interrompeu os testes da CoronaVac devido à morte de um voluntário Bolsonaro ironicamente comemorou a interrupção dizendo que vencia Dória. no começo de dezembro foi apresentado o plano nacional de vacinação, ainda mais depois que o Supremo exigiu a obrigatoriedade da vacina. A Anvisa começa a receber os pedidos de uso emergencial das vacinas da Sinovac, AstraZeneca, Pfizer e Moderna sendo que a da Pfizer será entregue em fevereiro sendo produzida pela Fiocruz. As quatro vacinas disponíveis estão na oferta.
No saldo final deste ano pandêmico o mundo soma mais de 7 milhões de casos e 1 milhão de mortos nessa que é a maior tragédia sanitária em todos os tempos. E ficam as lições de que o mundo depois que a pandemia passar será bem diferente e a história vai cobrar com quem negou a ciência o tempo todo.
A retrospectiva segue nesta terça com as pessoas e frases do ano.
Enquanto Bolsonaro continuar menosprezando a pandemia e atrasando a vacinação mais a população vai se aglomerar e a ansiedade em vacinar pode ir por água abaixo. Eu não tou nem aí pro negacionismo dele, quero tomar a vacina seja lá qual for porque minha saúde é mais importante que qualquer negacionismo.
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