A Retrospectiva 2020 prossegue e vamos destacar os principais acontecimentos nacionais do ano. Um ano marcado pelo recorde de queimadas na região do Pantanal e pelo assassinato covarde em um supermercado.
Águas contaminadas e cerveja que mata
Cerveja da Backer causou a morte de 29 pessoas e água contaminada no Rio proveniente de esgoto: dois casos de contaminação da água que marcaram 2020
O ano começava com dois casos de contaminação. Um envolveu a cervejaria mineira Backer. Vários lotes da cerveja Belorizontina foram contaminados e causaram a morte de 29 pessoas e o motivo da contaminação foi o vazamento acidental da substância dietilenoglicol, uma substância considerada tóxica e altamente perigosa. Ao todo 11 pessoas foram indiciadas sendo sete por homicídio culposo, três por não divulgarem dos riscos e um por falso testemunho. No Rio de Janeiro a água foi contaminada no começo do ano pois moradores apontaram gosto ruim e mau cheiro da água. Inicialmente foi apontado o uso em excesso da geosmina, mas estudo feito por pesquisadores da UFRJ descartaram a hipótese e alegaram que a contaminação foi por uma substância parecida com a geosmina somado ao esgoto doméstico muito forte.
A tragédia das chuvas
Força das águas volta a causar mortes como em Minas e até ciclone bomba deixou rastro de destruição e morte em Santa Catarina
Como todos os anos a tragédia das chuvas deixa rastro de morte e destruição. Em janeiro a região de Belo Horizonte sofreu com as fortes chuvas que deixaram 45 pessoas mortas e mais de 13 mil desabrigados. Em fevereiro um forte temporal castigou São Paulo e as enchentes paralisaram o transporte coletivo e as vias, em março na Baixada Santista 42 pessoas morreram em decorrência de deslizamentos de terra e em dezembro Santa Catarina sofre com as fortes chuvas que matam 20 pessoas. Mas nada surpreendeu quando em junho o país viu um fenômeno raro, um ciclone bomba que deixou 10 pessoas mortas na região sul do país.
Jovens vidas perdidas
Miguel, João Pedro, Emily e Rebeca: vítimas cruéis da violência no Brasil de 2020
Em 2020 jovens e inocentes vidas foram perdidas em casos violentos e dramáticos que entristeceram o Brasil. Em maio o garoto João Pedro de 14 anos foi morto dentro de sua própria casa durante uma ação policial no Rio. Os agentes alegaram terem sido atacados por bandidos e houve confronto e uma das balas atingiu João Pedro na barriga. Em junho no Recife o garoto Miguel Otávio de 5 anos morreu ao cair do elevador. Sarí Gaspar que era patroa e que cuidava de Miguel foi acusada de homicídio doloso. Miguel caiu do nono andar do prédio onde morava em Tamandaré. E em dezembro Emily Victoria (4 anos) e Rebeca Beatriz (7 anos) morreram a tiros na Baixada fluminense no Rio. As duas meninas estavam brincando no quintal quando foram alvejadas por tiros.
A nuvem que assustou
Um outro fenômeno aconteceu nesse 2020. Foi a chegada em junho de uma nuvem de gafanhotos que veio da Argentina e que se aproximou do oeste de Santa Catarina. Felizmente a nuvem não aportou por aqui.
O ano que bateu recorde de queimadas no Pantanal
Queimadas no Pantanal deixaram rastro de destruição e a onça ousada se torna símbolo do desastre ecológico que abalou o bioma
Em 2020 as queimadas vieram com força total e causaram enormes estragos em dois ecossistemas brasileiros. A região do Pantanal Matogrossense foi a que mais sofreu com os incêndios devastadores a partir de julho quando explodiu o número de focos registrados. Até o fim de novembro mais de 2,3 milhões de hectares foram destruídos pelo fogo, o equivalente a duas vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Quem mais sofreu com tudo isso foram os animais da fauna e flora pantaneira como jacarés, araras azuis e onças e uma delas virou o símbolo da destruição. A onça que sobreviveu à todos esses incêndios recebeu o nome de ousada. A onça teve várias queimaduras e conseguiu se recuperar voltando pra natureza em novembro. Já na região amazônica foram mais de 6 mil focos de incêndio registrados nesse período. Estudos feitos pela NASA apontaram que os incêndios foram sem precedentes e que vão levar 50 anos para recuperar o que foi destruído. E não foi só no Brasil que as queimadas deixaram destruição: na Austrália vários incêndios devastaram o país no começo do ano.
Amapá às escuras em apagão que paralisa o estado
Apagão no Amapá levou caos à população e expôs a crise no setor energético brasileiro
Em novembro o estado do Amapá ficou 22 dias às escuras devido à um apagão que paralisou 13 dos 16 municípios do estado no maior apagão desde 1999 no Brasil. No dia 3 de novembro um incêndio numa subestação de energia elétrica interrompeu o fornecimento de energia elétrica em 13 dos 16 municípios incluindo a capital Macapá. Segundo a empresa terceirizada um raio causou o incêndio. Quatro dias depois a energia foi restabelecida parcialmente em alguns bairros de Macapá em sistema de rodízio, dias depois o racionamento passa a ser de 4 horas ocorendo em dias pares e ímpares. No dia 17 ocorre um segundo apagão depois de uma falha na distribuição de energia. Somente no dia 18 é que o problema foi totalmente resolvido. Os geradores termoelétricos foram acionados no dia 21 e depois os transformadores danificados foram substituídos. A energia voltou 100% no dia 24 de novembro e durante todo o período serviços e o comércio em geral foram afetados. As investigações concluíram que falhas múltiplas levaram ao apagão e para evitar um colapso no setor energético o governo decreta no fim do ano a ativação da bandeira vermelha nível 2 nas contas de energia elétrica exceto no estado do Amapá.
João Alberto Freitas, negro e covardemente morto
João Alberto Freitas: vítima de agressão covarde que causou revolta em todo o Brasil
Véspera do dia da Consciência Negra. João Alberto Freitas é covardemente espancado até a morte por dois seguranças que trabalhavam no supermercado Carrefour. O caso choca o país. João Alberto acabou morrendo por asfixia e sua morte gerou uma onda de protestos por todo o país com manifestações em diversas capitais brasileiras e alguns grupos depredaram lojas do Carrefour. No Palácio do Planalto a repercussão foi nula e o vice Hamilton Mourão foi infeliz dizendo que não havia racismo no Brasil. A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público e seis pessoas se tronaram réus no processo e vão responder por homicídio triplamente qualificado.
Segue a violência contra a mulher
Mariana Ferrer foi mais uma vítima do festival de abusos contra a mulher que se torna cada vez frequente no Brasil
Em 2020 seguiram mesmo na pandemia os casos de violência sexual contra mulheres e o caso mais notório foi o que envolveu Mariana Ferrer. Ela é atacada e humilhada em uma audiência virtual onde o advogado André Aranha foi absolvido no caso de estupro que os juízes consideraram estupro culposo. O caso gerou uma onda de protestos por todo o país. Mariana teve de fazer tratamento pois sofre de síndrome do pânico. Em outro caso de importunação sexual a deputada estadual Isa Penna sofreu assédio sem consentimento do deputado Fernando Cury que foi afastado de deu partido. Em agosto uma menina de 10 anos foi estuprada pelo tio no Espírito Santo e acabou engravidando e ela teve de abortar a criança no Recife. O estuprador foi preso.
Nossas tragédias urbanas de cada dia
Hospital pega fogo mais uma vez e duas tragédias com ônibus em estradas marcaram o ano
Em outubro pegou fogo o hospital federal de Bonsucesso e cinco pessoas morreram. O incêndio foi provocado por um curto circuito. No dia 25 de novembro uma tragédia em uma estrada no interior de São Paulo deixou 41 pessoas mortas. O ônibus que transportava 70 trabalhadores colidiu com um caminhão e a empresa não tinha autorização para fazer o transporte. No dia 4 de dezembro um outro acidente com ônibus terminou com o saldo de 15 pessoas mortas. Eles saíram de Alagoas com destino à São Paulo. O veículo caiu de uma altura de 15 metros no município mineiro de João Monlevade O motorista fugiu, mas depois prestou depoimento à Polícia. E na praia de Pipa uma família morreu no deslizamento de uma falésia. O local é um dos pontos turísticos do estado do Rio Grande do Norte.
Cidades reféns de assaltos à banco
Rastros do assalto: notas de dinheiro espalhadas num assalto que assustou em Criciúma
Na madrugada do dia 1º de dezembro em Criciúma uma quadrilha de criminosos assaltou uma agência do Banco do Brasil e mais de R$ 1 milhão é recuperado. E em Cametá outro assalto a banco termina com a morte de um refém.
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